Desembolsos do BNB para MG têm queda de 44,7%

Os desembolsos do Banco do Nordeste do Brasil S.A. (BNB), ao longo do primeiro semestre deste ano, somaram R$ 897,6 milhões para Minas Gerais. O valor ficou 44,7% menor frente a igual intervalo de 2021, resultado do direcionamento dos recursos aos segmentos que mais necessitam do crédito, como as micro e pequenas empresas dos setores de comércio, serviços, indústria e agricultura familiar.
Para os próximos meses, a expectativa é que o desembolso aumente frente ao primeiro semestre, já que devem ocorrer liberações para empresas de grande porte e também para projetos de infraestrutura, que demandam maiores volumes de recursos.
Porém, a estimativa para o encerramento do ano é de desembolsos menores que em 2021, uma vez que o volume de recursos disponível para emprestar também foi reduzido.
O superintendente estadual do Banco do Nordeste para Minas Gerais e Espírito Santo, Wesley Maciel, explica que ao longo dos primeiros seis meses do ano, a maior parte dos desembolsos foi direcionada a setores que mais necessitam e são prioritários conforme definido pela Constituição, por isso, os desembolsos foram menores.
“Se a gente olhar o resultado do primeiro semestre de 2022 com o mesmo período do ano passado, vemos que o banco, em 2022, foi muito mais efetivo chegando a quem mais precisa do crédito, que são os mini, micro e pequenos empresários. Quando realizamos uma operação de infraestrutura, ela puxa o resultado e esse ano, como a pandemia deu uma arrefecida, a atividade econômica tende a ser mais forte. Então, o BNB priorizou o público do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) tradicional, que são o comércio, a indústria, os serviços, a agricultura familiar em detrimento de infraestrutura e de grandes empresas”.
Conforme os dados do BNB entre janeiro e junho, os desembolsos do FNE total chegaram a R$ 897,6 milhões, redução de 44,7% frente aos R$ 1,6 bilhão registrados em igual intervalo do ano anterior. No período, foram aprovados 29.626 contratos.
Entre as linhas, destaque para a voltada para os pequenos e médios empresários. Ao todo, foram R$ 108,2 milhões liberados, alta de 182% frente ao primeiro semestre de 2021.
Alta de 113,4% foi verificada na demanda pela linha do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que encerrou o primeiro semestre deste ano com R$ 25,4 milhões liberados.
Outro segmento em destaque são as micro e pequenas empresas mineiras. Os desembolsos do BNB para as MPE somaram R$ 102,7 milhões, superando em 26,6% o valor liberado no mesmo período do ano passado. Esse segmento contratou 723 operações de crédito.
Na linha Pequeno e Mini Produtor Rural (PMPR), a demanda pelo crédito subiu 50% e chegou a R$ 166,7 milhões.
Somente o programa de microcrédito rural orientado, o Agroamigo, desembolsou para o Estado o montante de R$ 175,4 milhões, acréscimo de 19,15% em relação ao mesmo período de 2021. Ao todo, foram aprovadas 27.492 mil operações.
Grande porte
Já os desembolsos para os grandes empresários e infraestrutura, que demandam maior volume de recursos, tiveram queda. No caso de infraestrutura, entre janeiro e junho, foram direcionados R$ 136,2 milhões, redução de 86,6%.
Para as empresas de grande porte, os contratos aprovados somaram R$ 28,3 milhões, variação negativa de 84,4%..
“Os contratos de infraestrutura e de grandes empresas não são o público prioritário, por isso, houve um menor direcionamento dos valores no primeiro semestre. Mas, nossa meta, no segundo semestre, é atender também a este público”.
Expectativa
Este ano, a disponibilidade de recursos do Banco do Nordeste está menor, resultado da crise gerada pela pandemia, pela queda na arrecadação de impostos e também pela prorrogação do pagamento de empréstimos ao longo de 2021. A estimativa é que o BNB desembolse cerca de R$ 100 milhões a menos para o Estado. No ano passado, foram, ao todo, R$ 3,04 bilhões somente para Minas Gerais.
“Tivemos poucas reentradas, a atividade industrial caiu muito e o governo arrecadou menos e, também, repassou menos recursos para o FNE. Então, teremos um recurso menor, por isso, vamos desembolsar abaixo de 2021 pela menor disponibilidade. Mas, temos boas propostas de infraestrutura, que devemos contratar no segundo semestre e vamos dar atenção às grandes empresas. Então, devemos avançar, mas devemos ficar um pouco abaixo de 2021”, explicou Maciel.
Ouça a rádio de Minas