Economia

Desemprego no Brasil tem menor nível para trimestre até janeiro em 6 anos, de 11,2%

Desemprego no Brasil tem menor nível para trimestre até janeiro em 6 anos, de 11,2%
Crédito: REUTERS/Amanda Perobelli

São Paulo/Rio de JaneiroO desemprego no Brasil registrou no trimestre encerrado em janeiro a menor taxa para o período em seis anos, favorecida pela expansão do mercado de trabalho no setor do comércio.

Segundo dados da pesquisa Pnad Contínua divulgados nesta sexta-feira (18), a taxa de desemprego brasileira foi a 11,2% nos três meses até janeiro, de 11,1% no quarto trimestre e ante 12,1% nos três meses imediatamente anteriores, encerrados em outubro.

O resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é o menor para o período desde 2016, quando a taxa foi de 9,6% e ficou pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 11,4%. No mesmo período de 2021, a taxa de desemprego era de 14,5%.

O mercado de trabalho brasileiro vem paulatinamente se recuperando dos danos causados pela pandemia de coronavírus, vistos principalmente em 2020, mas ainda tem mais de 12 milhões de desempregados.

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“A taxa que abre 2022 já está bem distante da de 14,8% em abril de 2021. Isso é reflexo de vacinação avançando, da flexibilização das restrições e da reação da economia”, destacou a coordenadora do IBGE, Adriana Beringuy.

O avanço da vacinação no país permitiu a melhora no mercado de trabalho, mas a inflação alta afeta o poder de compra dos consumidores, corroendo a renda real.

O período registrou 12,048 milhões de pessoas desempregadas no Brasil, uma queda de 6,6% em relação ao trimestre até outubro e de 18,3% sobre o mesmo período do ano anterior.

Já o total de ocupados subiu 1,6% sobre o trimestre imediatamente anterior, com o país registrando 95,428 milhões de pessoas com emprego, o que representa ainda avanço de 9,4% sobre o trimestre encerrado em janeiro de 2021.

“É a primeira vez que a gente consegue ultrapassar o total de ocupados do período pré-pandemia. Esse é um sinal de reação do mercado”, disse Beringuy.

O setor de comércio deu o principal impulso ao mercado de trabalho no período, de acordo com Beringuy.

“A expansão do comércio indica a manutenção da tendência de crescimento dessa atividade, principalmente, a partir do segundo semestre de 2021”, disse ela.

Nos três meses até janeiro, o número de trabalhadores no Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas era de 18,44 milhões de pessoas, um aumento de 2,4% sobre o trimestre até outubro. De acordo com o IBGE, isso supera a população ocupada no setor no período pré-pandemia.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado aumentaram 2,0% nos três meses até janeiro ante o período anterior, mas os que não tinham carteira subiram 3,6%.

Por sua vez, o rendimento médio real atingiu nos três meses até janeiro R$ 2.489, contra mínima da série iniciada em 2012 de R$ 2.465 no trimestre encerrado em dezembro.

Mas o resultado representou recuo de 1,1% em relação ao trimestre de agosto a outubro e uma queda de 9,7% frente ao mesmo trimestre de 2021,

“A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, explicou Beringuy.

“Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”, completou.

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