Economia

Desemprego sobe a 7,9%, mas é o menor para o 1º trimestre desde 2014

Conforme o IBGE, o número de desempregados foi de 8,6 milhões no primeiro trimestre; Caged aponta que Brasil criou 244.315 vagas formais de trabalho em março
Atualizado em 30 de abril de 2024 • 13:09
Desemprego sobe a 7,9%, mas é o menor para o 1º trimestre desde 2014
Crédito: Adobe Stock

Rio de Janeiro – A taxa de desemprego do Brasil avançou a 7,9% no primeiro trimestre de 2024, após marcar 7,4% nos três meses finais do ano passado, apontou nesta terça-feira (30) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da elevação, o patamar de 7,9% é o menor para o período de janeiro a março desde 2014. À época, o indicador estava em 7,2%.

O novo resultado também ficou levemente abaixo da mediana das previsões do mercado financeiro. A projeção de analistas consultados pela agência Bloomberg era de 8,1%.

No primeiro trimestre, o número de desempregados avançou a 8,6 milhões, disse o IBGE. O contingente cresceu 6,7% (mais 542 mil) ante os três meses finais de 2023 (8,1 milhões).

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Tradicionalmente, o início de ano é marcado pelo aumento do desemprego. A situação costuma ocorrer com a retomada da procura por trabalho e o término de vagas temporárias de final de ano.

Não foi diferente nesta vez, segundo Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE. A pesquisadora afirmou que o aumento da taxa de desemprego pode ser associado a esses fatores.

A população ocupada com algum tipo de trabalho foi de 100,2 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2024. Isso significa uma redução de 0,8% (menos 782 mil) na comparação com os três meses anteriores (101 milhões).

“Esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada ano, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior”, disse Beringuy.


A população considerada desempregada reúne pessoas de 14 anos ou mais que estão sem ocupação e que procuram oportunidades. Quem não está buscando vagas, mesmo sem ter emprego, não faz parte desse contingente nas estatísticas oficiais.

Os dados divulgados nesta terça integram a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua ( Pnad Contínua). O levantamento do IBGE contempla tanto atividades formais quanto informais. Ou seja, abrange desde os empregos com carteira assinada e CNPJ até os populares bicos.

Renda segue em alta

O IBGE destacou que, apesar da redução da população ocupada no geral, o número de trabalhadores com carteira assinada não teve variação significativa. Essa população permaneceu em cerca de 38 milhões no primeiro trimestre.

“A estabilidade do emprego com carteira no setor privado, em um trimestre de redução da ocupação como um todo, é uma sinalização importante de manutenção de ganhos na formalização da população ocupada”, afirmou Beringuy.

De acordo com o IBGE, uma das consequências da manutenção das vagas formais foi o desempenho do rendimento trabalho, que avançou a R$ 3.123 na média dos ocupados.

A renda teve alta de 1,5% no trimestre e de 4% em um ano. O indicador estava em R$ 3.077 nos três meses finais de 2023 e em R$ 3.004 no primeiro trimestre de 2023.

Na visão de analistas, os dados da Pnad ainda mostram sinais de força do mercado de trabalho, apesar do aumento sazonal do desemprego.

“O crescimento mais forte da atividade [econômica] nesse começo do ano está bastante relacionado com o mercado de trabalho aquecido e os salários em alta, o que tem se refletido numa expansão da economia puxada principalmente pelo lado da demanda no primeiro trimestre”, disse o economista Rafael Perez, da Suno Research.

Brasil cria 244,3 mil vagas formais de emprego em março

O Brasil criou 244.315 vagas formais de trabalho em março, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), também divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número é superior ao resultado consolidado registrado em março do ano passado, quando foram abertas 194,37 mil vagas com carteira assinada no país.

Na comparação anual, a geração líquida de vagas foi 25,69% maior em março deste ano do que em igual mês de 2023.

Ao todo, no terceiro mês do ano, foram registradas 2,26 milhões de contratações e 2,02 milhões de demissões.

Dos cinco setores de atividades, quatro tiveram saldo positivo no mês passado. O grupo de serviços ajudou a impulsionar o resultado, com a criação de 148.722 vagas formais. Na sequência, aparecem comércio (37.493 postos), indústria (35.886) e construção (28.666). No agronegócio, houve saldo negativo de 6.457 empregos com carteira assinada.

No mês passado, o salário médio de admissão foi de R$ 2.081,50, com estabilidade em relação a fevereiro (R$ 2.086,75) -redução de apenas R$ 5,25. Na comparação com março do ano anterior, houve ganho real (descontada a inflação) de R$ 54,17 (alta de 2,7%).

Os dados do Caged mostram também que foram registrados saldos positivos em 25 das 27 unidades da federação. (Nathalia Garcia)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas