Desocupação em Minas fica abaixo da média nacional

A taxa de desocupação em Minas Gerais fechou o quarto trimestre de 2022 em 5,8%, uma redução de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior. Essa taxa é a mais baixa da série histórica, iniciada em 2012, igualando a mínima alcançada no quarto trimestre de 2013. Ela também está abaixo da média nacional, que ficou em 7,9%.
Já na comparação com o quarto trimestre de 2021, a queda foi ainda maior, de 3,7 p.p.. É o que revela a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O coordenador da Pnad Contínua do IBGE-MG, Alexandre Veloso, conta que o atual momento é de uma recuperação geral da economia e isso tem gerado resultados positivos para o mercado de trabalho. Veloso destaca que a taxa de desocupação já está abaixo do registrado no período pré-pandemia.
Esse levantamento também revela que a força de trabalho em Minas era composta por aproximadamente 11,22 milhões de pessoas, isso representa uma queda de 1,7% frente ao período anterior e 1,1% frente ao quarto trimestre de 2021. Do total, 10,57 milhões de pessoas estavam ocupadas e 648 mil desocupadas.
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A população ocupada era composta por 70,1% de empregados (incluindo empregados do setor público e trabalhadores domésticos), além de 4,7% de empregadores, 23,9% de pessoas que trabalhavam por conta própria e 1,3% de trabalhadores familiares auxiliares.
No setor privado do Estado, exclusive trabalhadores domésticos, 76,5% dos empregados tinham carteira de trabalho assinada. Já a taxa de informalidade ficou em 36,0% da população ocupada no Estado, 2,8 p.p. abaixo da taxa estimada para o Brasil (38,8%).
Veloso lembra que durante o início da recuperação econômica, em 2021, foi possível observar uma redução na qualidade da renda do trabalhador, pois os empregos disponíveis na época eram de baixa remuneração, mas esse quadro começou a mudar a partir de 2022.
Porém, o coordenador revela que a renda média do trabalhador vem crescendo em um ritmo mais baixo, o que já era uma característica do mercado desde antes da pandemia, um sinal dos problemas que a economia brasileira vem apresentando nos últimos anos.
O rendimento médio real habitual de todos os trabalhos das pessoas no Estado, durante o quarto trimestre de 2022, não apresentou uma variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior, passando de R$ 2.444,00 para R$ 2.473,00. Já na comparação com o último trimestre de 2021, houve aumento de 6,3% no valor do rendimento médio habitual.
Subutilização da força de trabalho
Quanto à situação da informalidade no Estado, o coordenador da Pnad Contínua em Minas afirma que ela está caindo, mas em níveis abaixo do período pré-pandemia. Ele conta que a taxa de informalidade, desde o início da série histórica, ficava em torno dos 38% e atualmente está acima dos 40%.
No quarto trimestre do ano passado, a taxa total de subutilização da força de trabalho em Minas foi de 14,6%, ou 1,73 milhão de pessoas. O total de pessoas subutilizadas caiu 9,5 p.p. em relação ao terceiro trimestre. Já na comparação com o quarto trimestre de 2021 houve uma redução de 35,6%.
Enquanto no caso da população desalentada o contingente foi estimado em 292 mil pessoas com idades acima de 14 anos no quarto trimestre de 2022. O percentual de pessoas desalentadas em relação à população na força de trabalho ou desalentada ficou em 2,5% em Minas Gerais.
Ocupação por atividade
O grupamento de atividade em que havia o maior número de ocupados no quarto trimestre foi o de Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas, com 18,1% dos ocupados; seguido por Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (16,4%); e Indústria geral (14,0%).
Já a Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (-5,4%) foi o grupamento com a maior redução no número de pessoas ocupadas por grupamentos de atividade econômica frente ao terceiro trimestre de 2022. Todos os demais grupamentos de atividades não apresentaram variações significativas.
Sobre uma possível tendência de melhora na criação de empregos neste ano, Veloso explica que o Pnad Contínua do IBGE não trabalha com projeções e, portanto, o correto seria aguardar para ter mais certeza sobre o que pode acontecer. Mesmo assim, ele declarou que tudo leva a crer que possa haver uma melhoria no cenário de novos empregos em 2023.
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