Economia

Setor de bens de capital é beneficiado pela alta do dólar

Setor de bens de capital é beneficiado pela alta do dólar
No acumulado até agosto a indústria de bens de capital registrou alta de 10,3% no consumo aparente - Foto: Newton Santos

O real desvalorizado diante do dólar trouxe vantagens para a indústria nacional e mineira de bens de capital. Com a moeda norte-americana valorizada, os fabricantes brasileiros ganharam competitividade tanto no mercado interno, em relação aos equipamentos importados, quanto no ambiente externo. A análise do vice-presidente da regional de Minas Gerais da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso, pode ser comprovada com o balanço divulgado ontem pela entidade, que mostrou que, em agosto, os desembarques do setor no País caíram 6,1% e as remessas para o exterior aumentaram 68,5% frente aos números de julho.

“Com o real desvalorizado (ante o dólar), a indústria nacional fica mais competitiva lá fora e aqui dentro porque o produto importado fica mais caro. Além disso, o consumo aparente, que representa a demanda brasileira por máquinas e equipamentos, fabricados aqui e no exterior, também caiu, o que também ajudou a derrubar as importações”, afirmou Veneroso.

O resultado desta equação foi o crescimento de 6,4% da receita líquida do setor em agosto sobre julho, mas com uma queda de 17,2% no consumo aparente. “Faz muitos anos que a Abimaq defende a desvalorização do real, porque a moeda nacional valorizada atrapalha a competitividade das empresas brasileiras uma vez que nossos produtos ficam mais caros”, disse.

Por outro lado, Veneroso explicou que não se trata de uma desvalorização “desenfreada” do real. “Neste momento, aconteceu a desvalorização do real por uma questão mundial, com o componente das eleições no Brasil. Não pregamos a desvalorização desenfreada do real, mas queremos uma moeda competitiva e estável, com previsibilidade. Assim, a indústria consegue fazer previsões e orçamentos ajustados”, acrescentou.

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No acumulado até agosto, que compreende meses antes da valorização mais forte do dólar com a proximidade das eleições em outubro, a indústria de bens de capital registrou uma queda de 5,9% no seu faturamento, mas com uma alta de 10,3% no consumo aparente sobre os mesmos meses de 2017.

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Neste caso, de acordo com Veneroso, a queda do faturamento é observada diante da carência de investimentos e o aumento do consumo aparente se deu por causa da crescente onda de importação de máquinas e equipamentos. De qualquer forma, Veneroso reforçou que o País está parado ante a proximidade das eleições presidenciais. “A indústria de máquinas e equipamentos é movida por investimentos e, neste momento, os investimentos estão em compasso de espera”, frisou.

Em Minas, o cenário do setor não é diferente. “Porém, o Estado só não tem números tão expressivos para as exportações de agosto devido ao perfil da economia mineira”, ponderou o representante da Abimaq no Estado.

Empregos – Ainda de acordo com o balanço da entidade, o nível de emprego do setor aumentou 0,6% em agosto ante julho, com 299,9 mil postos de trabalho ao final do mês passado. No acumulado até agosto, a indústria nacional de bens de capital elevou o nível de emprego em 1,3%.

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