Dia das Crianças deve movimentar R$ 7,4 bi
Rio de Janeiro – O Dia das Crianças deverá movimentar este ano em torno de R$ 7,4 bilhões, com alta de 1,5% nas vendas em comparação com o ano anterior. Essa é a segunda alta consecutiva nas vendas do período constatada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O aumento será, porém, inferior aos 2,6% registrados em 2017, em relação ao ano anterior. Em 2017, a movimentação no comércio, em termos reais (descontada a inflação), foi de R$ 7,3 bilhões.
Segundo o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, o ritmo de crescimento das vendas do comércio começou a cair em maio, por causa da greve dos caminhoneiros. “Dali em diante, as vendas começaram a crescer bem menos”, disse ontem o economista à Agência Brasil. O que explica a expectativa menor da entidade para o Dia das Crianças é o comportamento da taxa de câmbio, que mudou de patamar, afirmou Bentes.
Isso afetou principalmente as vendas para o Dia das Crianças, em que têm presença marcante itens importados. “Com o dólar mais caro, fica mais difícil para o comércio varejista manter uma inflação tão baixa quanto aquela que vinha apresentando recentemente”, acrescentou o economista.
Lembrancinhas – Embora o crédito também esteja mais acessível, Bentes destacou que existe uma clara aversão das famílias ao endividamento no momento atual, devido às incertezas que cercam a economia e às consequências deste ambiente sobre o mercado de trabalho. “O Dia das Crianças deste ano deve ser de lembrancinhas, mais uma vez. Deve ser um dia fraco, como foram o Dia dos Namorados e o Dia dos Pais”.
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Para Bentes, o fraco desempenho do comércio nessas duas datas comemorativas confirmou a tendência de desaceleração das vendas no varejo depois de maio. Em março e abril, o varejo registrou alta média superior a 8%. Entre maio e julho, o ritmo caiu para menos de 4%. “Então, houve ali (em maio) um divisor de águas no que se refere a consumo, principalmente nas vendas a prazo. O Dia da Criança é mais um termômetro da desaceleração do consumo neste momento”.
Ele disse que o desemprego não está aumentando, mas diminuindo baseado na informalidade, com vagas que oferecem salários médios menores, e que a taxa de juros ao consumidor tem recuado lentamente. Na opinião do economista, essas duas variáveis podem ajudar as vendas do Dia das Crianças terem melhor resultado que o esperado. “Acho que existe aí um efeito desconfiança em relação a empréstimos e financiamentos, neste momento, por parte das famílias”. (ABr)
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