Dia das Mães alavanca confiança de empresários do comércio em BH

A proximidade do Dia das Mães, uma das mais importantes datas para o comércio no primeiro semestre, impactou positivamente o otimismo dos lojistas em Belo Horizonte. Em abril, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio avançou 2,3 pontos em comparação a março, chegando aos 97,1 pontos.
Com o resultado, o indicador, que pode variar entre zero e 200 pontos, se aproxima da fronteira mínima desejável de satisfação (100 pontos). Os dados foram analisados pelo Núcleo de Estudos Econômicos da Federação do Comércio, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomercio MG) e aplicados pela Confederação Nacional do Comércio (CNC) em Belo Horizonte.
No período, os três indicadores analisados apresentaram avanços na comparação ao mês anterior. São eles: Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec) e Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec).
De acordo com a economista da Fecomércio MG, Fernanda Gonçalves, datas de alto potencial de vendas, como o Dia das Mães, fazem com que o empresário realize investimentos em estoque, contratações e capacitações para promover melhores vendas. “Esses investimentos nas empresas motivados pela data geram uma expectativa de vendas melhores para os próximos meses, alavancando o otimismo do setor”, argumenta.
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Apesar do atual cenário econômico, marcado pela elevada inflação, alto nível de endividamento e sucessivas altas na taxa básica de juros (Selic), o forte apelo afetivo do Dia das Mães deve refletir em resultados positivos para o comércio. “O consumidor está propício a consumir e presentear. A taxa de desemprego ainda é uma das menores em dez anos, o que mostra que o mercado ainda está aquecido, mesmo em patamares mais restritivos que no ano passado”, completa a economista.
Índices de otimismo divergem entre empresas de grande e de menor porte
Segundo a pesquisa, dois grupos de empresários analisados se divergiram quanto ao nível de confiança: aqueles com até 50 empregados e acima desse número. O primeiro grupo, com 97 pontos, demonstrou insatisfação, mas elevou o nível de confiança em 2,4 pontos em relação a março. Já o segundo, permaneceu com índice de confiança positivo, com 101,9 pontos.
Entre os segmentos, o comércio de semiduráveis elevou o nível de confiança de 100,3 para 102,4 pontos, assim como o comércio de não duráveis, que avançou de 95,6 pontos em março para 97,2 em abril. Também em ascensão, o setor de duráveis passou de 90,9 para 92,7 entre um mês e outro.
Com forte impacto de empresas de pequeno e médio portes, a percepção a respeito das atuais condições econômicas do País seguiu abaixo do ideal em abril. Apesar disso, o índice avançou 1,5 ponto na comparação com março, registrando 69,5 pontos.
Para 80,2% dos empresários do comércio em Belo Horizonte, a condição atual da economia piorou. O percentual foi dividido entre 42,5% que consideraram uma elevada piora e 37,6% que afirmaram ter piorado pouco.
Com relação ao atual cenário para o setor, 70,2% dos empresários do comércio afirmaram que houve uma piora nas condições atuais. Já para 39,6%, as condições retrocederam pouco e para 30,6% pioraram muito.
Já em relação às condições atuais da empresa, 55,4% afirmaram que houve deterioração. Essa percepção diminuiu em 0,6 p. p. ante o mês de março. Entre os empresários com até 50 empregados, 55,6% perceberam regressão das condições do estabelecimento, o que ocorre para 47,7% dos empresários com quadro de funcionários superior a 50 empregados.
Mais de 50% dos empresários estão otimistas com o futuro da economia
Com relação ao futuro, o índice de expectativa do empresário do comércio fechou em 121,2 pontos em abril: 3,9 pontos a mais que março. O destaque é para cenário semelhante entre empresas de menor e maior porte, que mostraram-se igualmente confiantes, com pontuação acima de 120 pontos.
“Comerciantes de todos os segmentos de bens mantêm expectativas ao nível de confiança, acima dos 100 pontos. No mês de abril, 53,2% dos empresários declararam expectativa de melhora em relação ao cenário econômico, resultado 4,0 pontos percentuais superior ao observado no mês anterior”, analisa Fernanda Gonçalves.
Por fim, as expectativas dos empresários para as respectivas empresas também registraram crescimento. Em abril, 76,0% disseram acreditar que as vendas irão melhorar – acima do percentual de março, que somou 71,9%.
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