Economia

Diploma antecipa ganho de renda em 15 anos, aponta pesquisa

Profissionais com graduação ganham, em média, 160% mais do que quem concluiu apenas o ensino médio
Diploma antecipa ganho de renda em 15 anos, aponta pesquisa
Crédito: unb

Brasileiros com ensino superior podem antecipar em até 15 anos o patamar de renda. A informação é do levantamento feito pela Unico Skill, realizado com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua). Segundo o estudo, o salário médio de um trabalhador com ensino superior é de R$ 6.522, enquanto aquele que tem ensino médio recebe R$ 2.509.

Diante dessa realidade, considerando um reajuste anual de 6,35%, que é a média de crescimento do salário mínimo nos últimos dez anos, seriam necessários cerca de 15 anos para que o rendimento de um profissional de nível médio alcançasse o de um graduado.

Segundo a pesquisadora e líder de projetos estratégicos do Unico Skill, Isabela Melnechuky Cavalcanti de Albuquerque, a diferença mostra o impacto direto da formação sobre a renda. “Essa vantagem de 15 anos amplia as possibilidades de crescimento profissional e acesso a posições de liderança. A educação encurta caminhos e oferece oportunidades que, de outra forma, demorariam muito mais a surgir”, afirma.

Desigualdade aumenta em níveis mais baixos de escolaridade

A pesquisa aponta ainda que a diferença salarial cresce conforme o nível de escolaridade diminui. O trabalhador com ensino fundamental, que tem rendimento médio de R$ 2.137, levaria 18 anos para atingir o patamar de quem tem ensino superior. Já quem não possui instrução formal, com renda média de R$ 1.662, precisaria de 22 anos.

Para a especialista, a educação segue como o principal meio de ascensão financeira. “Os números comprovam que estudar ainda é o caminho mais eficiente para melhorar a renda. As empresas valorizam cada vez mais profissionais com pensamento crítico, capacidade analítica e adaptabilidade, habilidades desenvolvidas por meio da educação”, explica.

Impacto direto sobre o salário e o emprego

O levantamento revela também que o ganho de renda cresce de forma acelerada conforme o avanço da escolaridade. O salário médio de quem concluiu o ensino fundamental é 28,6% superior ao de quem não estudou. Do fundamental para o médio, o aumento é de 14,6%. Já entre o ensino médio e o superior, o salto chega a 159,9%, ou seja, o trabalhador com graduação recebe, em média, 2,7 vezes mais do que quem parou os estudos no ensino médio.

Outro aspecto observado é que, mesmo incompleto, o ensino superior já traz retorno. Um estudante universitário sem diploma ganha, em média, 21,5% mais do que alguém com ensino médio completo. “O aprendizado começa no primeiro dia de aula, não na formatura. Por isso, a prática de continuar estudando ao longo da carreira tornou-se uma vantagem competitiva”, destaca Isabela de Albuquerque.

Entre os trabalhadores com ensino superior completo, o índice de desempregados é de 3,5%, menos da metade do registrado entre quem concluiu o ensino médio (8%). A discrepância entre o índice de desemprego é ainda maior quando comparado com pessoas que não completaram o ensino fundamental, que chega a 21,1%.

Escassez de mão de obra qualificada

A pesquisa reforça um desafio para o mercado de trabalho: a falta de profissionais qualificados. Segundo a consultoria PwC, os CEOs brasileiros apontam a escassez de talentos como a principal ameaça ao futuro dos negócios no País. “Diante desse cenário, cresce o número de empresas que investem na educação dos próprios colaboradores”, comenta a pesquisadora. “Esse movimento eleva o nível da força de trabalho e contribui para o aumento da renda média e do consumo interno, impulsionando a economia”, completa.

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