Economia

Distribuidores de aços planos registram queda de 1,6% nas vendas

Em julho, foram vendidas 310,2 mil toneladas, volume inferior na comparação anual, preços dos aços planos devem permanecer baixos nas usinas
Distribuidores de aços planos registram queda de 1,6% nas vendas
Com relação ao custo, entidade aponta que preços estão muito inferiores e forte concorrência | Crédito: Divulgação/Inda

Os distribuidores brasileiros de aços planos venderam, no mês passado, 310,2 mil toneladas de produtos. Esse volume representa uma alta de 9% em relação a junho (284,6 mil toneladas), o que surpreendeu o setor, que esperava um crescimento menor, de 3%. No entanto, quando comparado a julho de 2022 (315,4 mil toneladas), o montante negociado equivale a uma queda de 1,6%.

Com este resultado, as empresas acumularam, nos primeiros sete meses deste ano, 2,203 milhões de toneladas vendidas. A quantidade comercializada no período indica uma variação negativa de 0,5% frente ao mesmo intervalo de tempo do exercício anterior (2,215 milhões de toneladas). Os dados foram divulgados ontem (24) pelo Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).

Neste mês, a perspectiva da entidade é que os distribuidores negociem 322,6 mil toneladas de aços planos. Se a estimativa se concretizar, haverá um aumento de 4% em comparação as vendas de julho. Entretanto, o número ainda será 3,7% inferior ao registrado em agosto do ano passado (334,9 mil toneladas). Sendo assim, o presidente do Inda, Carlos Loureiro, ressalta que a instituição mantém a projeção de redução nas comercializações para o fechamento de 2023.

“Com relação ao movimento do ano, continuamos estimando uma queda de 1,5% a 2%. Estamos sentindo que, mês a mês, estamos ficando um pouco para trás em comparação ao ano passado. Então, hoje, estamos prevendo o fechamento de 2023, com esse percentual de redução”, disse.

Compras do mês também caem, enquanto estoques e importações sobem

Ainda conforme os dados divulgados pela entidade, as compras de aços planos, no mês passado, totalizaram 301,8 mil toneladas. Esse resultado representa uma alta de 2,8% frente a junho (293,5 mil toneladas). Porém, quando comparado a julho do exercício anterior (332,3 mil toneladas), a quantidade de produtos comprados pelo setor equivale a um recuo de 9,2%.

Em número absoluto, o estoque dos distribuidores atingiu, em julho, 841,6 mil toneladas. O montante caiu 1% em relação ao mês anterior (850 mil toneladas), mas subiu 4,4% frente ao mesmo intervalo do exercício anterior (806,2 mil toneladas). O giro de estoque fechou em 2,7 meses. Na avaliação de Loureiro, esse volume disponível é um bom número para se manter.

“O mercado continua muito instável. No cenário que temos hoje é melhor que a gente não trabalhe com alto estoque. 2,7% é um pouco abaixo da nossa média histórica e é um número que revela uma certa cautela da rede com relação as suas próximas compras”, afirmou.

Quanto à importação de aços planos, o Inda registrou alta nas duas bases comparativas. Segundo a entidade, foram importados 202,2 mil toneladas no mês passado, um aumento de 0,5% sobre junho (201,3 mil toneladas) e uma evolução de 83,5% em relação a julho de 2022 (110,2 mil toneladas). O presidente da entidade ressalta que esse é um dos maiores problemas para o setor e que, no acumulado do ano, a quantidade de produtos vindos de fora cresceu quase 36%.

Preços dos aços planos devem permanecer baixos nas usinas, que operam no “limite”

No que diz respeito ao custo dos aços planos, Loureiro salienta que está havendo uma grande pressão no mercado interno, sendo que os associados do Inda têm se queixado de preços muito inferiores e forte concorrência, o que faz com que quase todos trabalhem com margens pequenas. Segundo ele, as usinas estão no limite em termos de custo e baixá-los ainda mais significaria, para elas, entrar numa faixa negativa de resultados, embora descontos pontuais possam ocorrer.

“Existe uma resistência agora muito grande das usinas, dentro da concorrência entre elas. E abaixo desses preços atuais significaria uma briga em terreno negativo. Todas, de uma certa maneira, estão tentando evitar isso. Então, em uma análise um pouco pragmática, vejo dificuldade dos preços no mercado interno cederem alguma coisa por parte das usinas”, avaliou.

Do mesmo modo, o presidente do Inda afirma que, apesar das usinas estarem desejando aumentar os preços, as condições atuais não permitem que isso aconteça no momento. Ele diz que, em um cenário normal, sem grandes surpresas, será difícil que ocorra qualquer aumento em setembro.

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