Economia

Diversificar é a palavra de ordem

Diversificar é a palavra de ordem
Crédito: USP Imagens

Se por um lado as taxas de juros historicamente baixas no Brasil têm sido responsáveis por uma série de ganhos no e para o País, por outro têm trazido muitas dúvidas em relação a em que, quando e por que investir em determinada opção.

Com uma Selic de 2% ao ano, com a poupança rendendo menos, entre outras circunstâncias, a palavra-chave tem sido a diversificação, segundo especialistas. Mas eles também alertam: não existe fórmula mágica e nem “o” investimento.

Consultor, educador financeiro, palestrante e CEO da AZV Finanças, Sílvio Azevedo destaca que a poupança já perde para a inflação. Por mais que uma pessoa tenha um perfil conservador, diz ele, há opções mais vantajosas, como o Certificado de Depósito Bancário (CDB). Enquanto R$ 100 mil podem se transformar em R$ 150 mil em 30 anos na poupança, o resultado com o CDB pode chegar a R$ 180 mil.

No entanto, se ousar mais, os ganhos podem ser muito superiores, conforme ressalta Azevedo, que cita como uma das opções para rendimentos maiores as ações na Bolsa de Valores.

Educadora e consultora financeira, Carla Campos destaca que a diversificação é relevante. Entretanto, é preciso tomar alguns cuidados em relação a isso, de acordo com ela. “Se for expor o capital a riscos, é importante ter uma reserva de emergência de seis meses”, salienta.

Outro ponto que deve ser levado em consideração, conforme ressalta o head de renda variável da Valor Investimentos, Rodrigo Moliterno, é respeitar o seu próprio nível de aceitação de risco.

“É importante o investidor montar uma carteira diversificada, tentar ter todos os tipos de produtos que o mercado oferece, respeitando o seu nível de aceitação de risco”, afirma ele, lembrando que mesmo na renda fixa há maiores e menores riscos.

Nesse cenário de investimentos, diz, não existem investimentos certos ou errados. “Não tem um mais recomendado do que o outro, mas aquele que mais se adéqua a um perfil”, afirma.

Separação – Vice-presidente financeiro da consultoria Swot Global, Marcello Fialho recomenda separar a maior parte do capital para ativos que deem liquidez atrelado a uma taxa de juros. A outra parte pode ter como destino aplicações de maiores riscos e, consequentemente, maiores retornos.

“Pode-se buscar o mercado acionário, comprando papéis de empresas sólidas e que paguem bons dividendos, empresas que se possa visualizar que apresentarão bom desempenho em médio e em longo prazo”, diz ele.

Sócio-fundador da Venice Investimentos, Marcelo Meneses também destaca que as ações podem ser interessantes. No entanto, ele salienta que é relevante pensar nelas de uma maneira diferenciada.

“Pense em ação como sendo acionista da empresa, acreditando nela, avalie o negócio”, diz ele. “Não é pensar em ganhar R$ 1 milhão e sair. O conceito de aplicar em ação é participar de um negócio”, afirma ele, lembrando que é importante buscar setores que têm apresentado bons números, como o de tecnologia.

Tesouro tem saldo negativo

Brasília – Os resgates do Tesouro Direto superaram as vendas em R$ 734,7 milhões em janeiro deste ano. De acordo com os dados do Tesouro Nacional, divulgados ontem, as vendas do programa atingiram R$ 2,292 bilhões no mês passado.

Já os resgates totalizaram R$ 3,027 bilhões, sendo R$ 1,719 bilhão relativo a recompras de títulos públicos e R$ 1,307 bilhão, a vencimentos, quando o prazo do título acaba, e o governo precisa reembolsar o investidor com juros.

Os títulos mais procurados pelos investidores foram os vinculados à inflação (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA), cuja participação nas vendas atingiu 39,6%. Os títulos corrigidos pela taxa Selic corresponderam a 34,4% do total, enquanto os prefixados, com juros definidos no momento da emissão, foram 26%.

O estoque total do Tesouro Direto alcançou R$ 62,51 bilhões no fim de janeiro, uma redução de 0,3% em relação ao mês anterior (R$ 62,70 bilhões) e aumento de 5,4% em relação a janeiro do ano passado (R$ 59,30 bilhões).

Investidores – Em relação ao número de investidores, 377.421 novos participantes se cadastraram no programa no mês passado. O número total de investidores atingiu 9.578.168. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula alta de 61,1%. O total de investidores ativos (com operações em aberto) chegou a 1.464.804, aumento de 20,9% em 12 meses.

A utilização do Tesouro Direto por pequenos investidores pode ser observada pelo considerável número de vendas até R$ 5 mil, que correspondeu a 86% do total de 423.013 operações de venda vendas ocorridas em janeiro. Só as aplicações de até R$ 1 mil representaram 68,22%. O valor médio por operação foi de R$ 5.420,03.

Os investidores estão preferindo papéis de médio prazo. As vendas de títulos com prazo entre 1 e 5 anos representaram 56,8% e aquelas com prazo entre 5 e 10 anos, 27,2% do total. Os papeis de mais de dez anos de prazo representaram 16% das vendas.

Captação de recursos O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 para popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via Internet, sem intermediação de agentes financeiros.

A venda de títulos é uma das formas que o governo tem de captar recursos para pagar dívidas e honrar compromissos.   (ABr)

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