Economia

Dólar cai para o menor patamar em 5 meses

Dólar cai para o menor patamar em 5 meses
Crédito: Marcos Brindicci / Reuters

São Paulo – O dólar fechou no menor nível em cinco meses ante o real ontem, com investidores se desfazendo da moeda norte-americana em meio a expectativas de que a divisa caia mais conforme os Estados Unidos caminham para reduzir os juros.

Quanto menor os juros nos EUA, mais atrativas se tornam as aplicações em outros mercados, como os emergentes, o que potencializa chances de fluxo de capital a países como o Brasil. Com maior oferta de dólares, o preço da moeda tende a cair.

O real foi uma das moedas de melhor desempenho na sessão. O dólar à vista caiu 0,86%, a R$ 3,7293 na venda, no menor patamar de fechamento desde 20 de fevereiro (R$ 3,728).

No exterior, o índice que mede o valor do dólar frente a uma cesta de divisas, cedia 0,52%.

O dólar teve oscilações mais moderadas mais cedo. Por volta das 15h passou a cair mais intensamente, após comentários de autoridades do Fed no sentido de necessidade de ação mais rápida do para conter desaceleração da maior economia do mundo.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams – também vice do Fomc -, disse que os formuladores de política monetária precisam adicionar logo estímulos para lidar com inflação muito baixa quando as taxas de juros estão próximas de zero e não podem esperar que ocorra um desastre econômico.

O vice-presidente do Fed, Richard Clarida, praticamente repetiu as palavras de Williams ao dizer que as autoridades podem precisar agir logo para estimular a economia dos EUA como uma apólice de seguro contra crescentes riscos.

“As falas de John Williams de forma inequívoca indicam um afrouxamento da política monetária em julho, e a probabilidade de corte de 0,50 ponto percentual subiu significativamente”, disse Marc-André Fongern, chefe de pesquisa de câmbio da MAF Global Forex, consultoria de comércio internacional em Londres.

“Isso sem dúvida resulta numa sustentada depreciação do dólar”, completou.

Bolsa – O principal índice da bolsa paulista fechou em alta, refletindo também maiores expectativas para corte de juros pelo Fed. O Ibovespa subiu 0,83%, a 104.716,59 pontos. O volume financeiro da sessão somou R$ 14,5 bilhões.

No Brasil, o governo federal deve divulgar detalhes sobre a liberação de recursos de contas do FGTS na próxima semana e a medida não vai afetar a construção civil, disse o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

A equipe do BTG Pactual destacou que o mercado brasileiro passa por um momento de calmaria em relação à parte política e discussões da reforma da Previdência, com atenções voltadas para ações do governo para a retomada do crescimento no País.

Destaques – MRV avançou 2,85% e Cyrela teve alta de 2,36%, diante da aposta de redução no custo do financiamento imobiliários pela Caixa Econômica Federal, maior concessora de empréstimos para compra da casa própria do País.

Vale perdeu 0,19%, conforme os futuros do minério de ferro na China recuaram em sessão instável, com participantes do mercado reavaliando perspectivas para a oferta em meio a indicações de uma retomada nos embarques da matéria-prima por Austrália e Brasil.

Petrobras PN e Petrobras ON caíram 0,61% e 1,09%, em movimento alinhado à queda global dos preços do petróleo. A norte-americana Honeywell, empresa global de software industrial, também afirmou ontem que está cooperando com autoridades nos EUA e no Brasil em investigações relacionadas à estatal brasileira. (Reuters)

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