Economia

Dólar despenca 4,46% de olho nas eleições

Dólar despenca 4,46% de olho nas eleições
Na última sessão antes do primeiro turno no País, o dólar caiu 1%, indo a R$ 3,85 na venda REUTERS/Gary Cameron/File Photo

São Paulo – O dólar voltou a terminar em baixa ante o real, na sexta-feira (5), e vai para o primeiro turno das eleições à Presidência da República mais de 4% mais barato do que na semana anterior, com investidores animados com a possibilidade de uma vitória, em primeiro turno, de Jair Bolsonaro (PSL) ou de uma derrota de Fernando Haddad (PT), no segundo turno.

O dólar recuou 1,00%, a R$ 3,8570 na venda, terminando a semana em queda de 4,46%, a maior desde o recuo semanal de 4,51% registrado no intervalo encerrado em 11 de março de 2016. O dólar futuro tinha variação positiva de 0,53%.

Na sexta-feira (5), a moeda terminou em queda, com os investidores reagindo à pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (4), que mostrou Bolsonaro com 35% das intenções de voto contra 22% de Haddad. Antes, a vantagem do candidato do PSL era de 32% a 21%. Pelo critério de votos válidos, Bolsonaro soma 39%, contra 38% no levantamento anterior, divulgado na terça-feira (2), enquanto Haddad registra 25%, ante os 24% de antes.

Outros dois levantamentos, XP/Ipespe e Paraná/Empiricus, confirmaram os números. “O voto útil pode fazer a diferença. Caso os votos que hoje estão com Geraldo Alckmin, João Amoêdo, Álvaro Dias e Henrique Meirelles se transfiram para o candidato do PSL, pode ser que Bolsonaro de fato consiga ser eleito no primeiro turno. Não é um cenário impossível, apesar de improvável”, avaliou a economista da corretora CM Capital Markets Camila Abdelmalack, em relatório.

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Ajuste de posições – Os investidores ajustaram um pouco suas posições para o pleito de domingo, buscando proteção com a compra de dólares, depois de a moeda ter renovado a mínima após a divulgação de dados do mercado de trabalho norte-americano fora do setor agrícola abaixo do esperado.

Segundo o relatório do Departamento do Trabalho, foram criadas 134 mil vagas no mês passado, menor número em um ano, mas os dados de julho e agosto foram revisados para mostrar 87 mil vagas a mais do que o informado antes. A previsão era de abertura de 185 mil vagas.

No exterior, o dólar tinha leve queda ante a cesta de moedas e caía ante as divisas de emergentes, como o peso mexicano.

O Banco Central ofertou e vendeu integralmente na sessão 7,7 mil swaps cambiais tradicionais. Dessa forma, rolou US$ 1,925 bilhão do total de US$ 8,027 bilhões que vence em novembro. Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.

Bolsa – O Ibovespa fechou em queda na sexta-feira, com agentes financeiros reduzindo exposição a ações brasileiras antes do primeiro turno da eleição presidencial no domingo, mas a semana foi positiva, conforme o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ampliou a sua liderança na disputa nas últimas pesquisas eleitorais.

O principal índice da bolsa brasileira caiu 0,76%, a 82.321,52 pontos, perdendo fôlego na parte da tarde, após o ritmo mais positivo verificado no começo do dia, quando chegou a subir 1%. O volume financeiro somou R$ 14,89 bilhões. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 3,76%.

Para o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, a queda na sessão é natural, dada a relevância do evento no domingo e a semana bastante positiva na bolsa. “Investidores estão colocando um pouco no bolso, assumindo uma posição mais cautelosa”, afirmou. (Reuters)

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