Dólar fecha em estabilidade com cotações de olho no noticiário externo

São Paulo – O dólar oscilou em margens bastante estreitas no Brasil nesta quarta-feira e fechou muito próximo da estabilidade, com as cotações acompanhando o noticiário externo – onde a moeda norte-americana apresentava sinais mistos – e com os investidores à espera de novidades para, de fato, alterar posições.
O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9681 na venda, em leve alta de 0,10%. Em fevereiro, a moeda acumula ganho de 0,60%.
Na B3, às 17:04 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,06%, a R$ 4,9765.
Pela manhã, o dólar se manteve em margens estreitas, com a moeda variando menos de 2 centavos de real no mercado à vista. Operador ouvido pela Reuters afirmou que investidores estavam à espera de alguma notícia nova ou “algum deslize” de autoridade para operar. Como nem um nem outro surgiu, as cotações seguiram travadas.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Ao longo do dia, porém, autoridades do Federal Reserve se pronunciaram sobre a política monetária norte-americana, o que de certo modo reforçou a visão de que os EUA tendem a reduzir juros mais à frente – e não em março, como foi anteriormente precificado.
O presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, previu 2 ou 3 cortes de juros este ano, citando a possibilidade de uma redução lenta dos juros se o mercado de trabalho seguir aquecido.
A presidente do Fed de Boston, Susan Collins, defendeu que “no momento a política monetária permanece bem posicionada”, enquanto a diretora do Fed Adriana Kugler disse é preciso ter mais certeza sobre a inflação antes de reduzir a taxa básica de juros.
As falas deram suporte aos rendimentos dos Treasuries e, em paralelo, algum fôlego ao dólar ante as demais divisas, em especial durante a tarde.
No Brasil, após registrar a cotação mínima de R$ 4,9529 (-0,20%) às 11h47, o dólar à vista marcou a máxima de R$ 4,9751 (+0,24%) às 15h10.
“De manhã (houve) talvez um viés de baixa (para o dólar), um movimento que favoreceu em geral as moedas emergentes e ligadas a commodities, mas depois, seguindo em linha com um ajuste para cima dos (rendimentos dos) Treasuries, o dólar voltou para próximo do zero a zero”, resumiu o diretor da assessoria de câmbio FB Capital, Fernando Bergallo.
“Sem dúvida, eu diria que é a menor volatilidade e amplitude de variação (do dólar) nas últimas semanas”, acrescentou.
Às 17:31 (de Brasília), o índice do dólar – que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas – caía 0,08%, a 104,060.
Pela manhã, o Banco Central informou que o setor público consolidado teve déficit primário de R$ 249,124 bilhões em 2023, o que equivale a 2,29% do Produto Interno Bruto. Com o resultado, a Dívida Bruta do Governo Geral saltou de 73,8% para 74,3% do PIB de 2022 para 2023.
Ainda pela manhã, o BC vendeu todos os 16 mil contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de abril.
À tarde, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que a balança comercial brasileira acumulou superávit de US$ 6,527 bilhões em janeiro, o que representa aumento de 185,6% em relação ao saldo registrado no mesmo mês do ano passado. (Fabricio de Castro)
Ouça a rádio de Minas