Economia

Educação Financeira pode ser solução para os 8 milhões de jovens endividados no País

Dos 71 milhões de brasileiros endividados, 12% são jovens com até 25 anos
Educação Financeira pode ser solução para os 8 milhões de jovens endividados no País
Escola Sesi Granbery vai aliar ensino e tecnologia | Crédito: Adobe Stock

Conseguir manter as contas em dia tem sido um desafio para milhares de brasileiros, em especial os jovens, que ocupam grande parcela dos endividados do País, e a educação financeira nas escolas pode ajudar neste cenário. Pesquisa de inadimplência do Serasa apontou que, em setembro deste ano, mais de 71,82 milhões de pessoas estavam com nome restrito, um crescimento de 83 mil cidadãos em relação ao mês anterior. 

Entre os endividados, 12,2% tinha idade até os 25 anos, estatística que representa um número aproximado de 8,6 milhões de pessoas. Uma das explicações para a presença desses jovens pode ser a falta de conhecimento para administrar as próprias economias.

O especialista e co-fundador e CEO da iCred, Túlio Marcos, explica que apesar de tentar equilibrar as contas em meio a tantas responsabilidades pessoais, muitos brasileiros ainda fecham o mês no vermelho. 

“Ao ter o primeiro trabalho e ganhar os primeiros salários, muitos jovens não sabem como gastar, economizar ou investir para ter uma vida econômica equilibrada. A falta de orientação no contexto econômico e social brasileiro pode resultar em diversos problemas, como as dívidas. Pensando no futuro desses jovens e na economia do país, é muito importante que a educação financeira faça parte do dia a dia desde cedo, ainda na escola primária”, explica o CEO da fintech especializada em facilitar o empréstimo consignado.

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Para o executivo, a educação financeira deve estar inserida desde a infância. Seja na escola ou em casa, com a ajuda dos familiares, é possível que os futuros jovens tenham, aos poucos, o contato com o mundo financeiro.

“A ideia não é ensinar todo o universo da economia, mas o básico para poderem gerir suas finanças pessoais quando tiverem contato com alguma renda e não passarem por tantas dificuldades quando crescerem”, completa.

Já existem algumas iniciativas para alavancar o debate da educação financeira nas escolas, em 2021, o Ministério da Educação (MEC) junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Sebrae, criaram a Estratégia Nacional de Educação Financeira, com o intuito de capacitar 500 mil professores na disciplina para ensinar mais 25 milhões de alunos dos ensinos fundamental e médio. Além disso, existem outras iniciativas, como a do Banco Central, que criou o programa Aprender Valor, já em amplo funcionamento em alguns estados.

Túlio Marcos ainda pontua que o processo de inserir a educação financeira na vida dos jovens deve acontecer de forma natural, seja nas escolas, por meio de disciplinas como a matemática — incluindo situações do cotidiano, avaliações de preços, conferência de trocos, objetivo da poupança, entre outros conteúdos simples —, ou em casa, com a colaboração e o empenho dos familiares.

“Os responsáveis são as primeiras referências das crianças, então tudo que fizerem será observado. Para os menores, a economia pode ser introduzida por meio de jogos lúdicos, como Banco Imobiliário, além de livros e vídeos educativos. Para os adolescentes e jovens, serão úteis conversas sobre as finanças da família, desestimulando o consumo excessivo. Se for viável, mesadas também podem ensinar na prática a administrar o orçamento. Já que muitos passam bastante tempo conectados, eles também podem utilizar a tecnologia em seu favor”, conclui.

*Estagiária sob supervisão da edição

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas