Eleições não abalam o otimismo da indústria

Períodos eleitorais geralmente são marcados por incertezas e apreensões no meio empresarial. Dessa vez, no entanto, os industriais mineiros, embora ainda cautelosos, estão otimistas com os meses que virão. É o que revela a Sondagem Industrial da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).
As expectativas para os próximos seis meses seguem positivas no que se refere à demanda, compra de matérias-primas e número de empregados. E a intenção de investimentos atingiu o maior nível para o mês de setembro na série histórica, iniciada em 2014.
Na avaliação da economista da entidade, Daniela Muniz, tamanho otimismo se deve às próprias condições macroeconômicas, passado o pior da crise causada pela pandemia. O tradicional aumento da demanda verificado no decorrer do segundo semestre do ano também tem sua parcela de contribuição.
“Embora a disputa esteja bastante polarizada, não temos percebido aumento das incertezas, mesmo com a proximidade das eleições. Ao contrário, os indicadores estão evoluindo positivamente. Talvez porque já estavam prejudicados desde o início da pandemia e agora a normalização das atividades esteja pesando mais”, afirma.
A economista lembra, porém, que de toda forma, a cautela continua presente nas tomadas de decisões dos empresários. Especialmente em função da perspectiva de desaceleração econômica mundial, que poderá afetar o cenário como um todo e, claro, o setor industrial.
Demanda, matérias-primas e investimentos maiores
O levantamento da Fiemg indicou que o índice de expectativa de demanda somou 57,9 pontos em setembro, sinalizando perspectiva de elevação no curto prazo pela 27ª vez seguida, ao ficar acima dos 50 pontos. A expectativa de compra de matérias-primas ficou em 56 pontos, indicando elevação pelo 27º mês consecutivo também. E o número de empregados registrou 55 pontos, mostrando perspectiva de aumento também pelo 27º mês seguido.
O indicador de intenção de investimento, por sua vez, marcou 63,4 pontos em setembro e foi o mais elevado para o mês desde o início da série histórica.
Levantamento da Fiemg mostra elevação dos indicadores em agosto
Já em relação ao desempenho da indústria em agosto, a Sondagem Industrial da Fiemg mostrou elevação. “A produção avançou pelo segundo mês seguido, e o emprego cresceu pela sétima vez consecutiva. A utilização da capacidade instalada também aumentou e ficou acima da sua média histórica, embora tenha permanecido inferior à habitual para agosto. Já os estoques das empresas voltaram a ficar acima do planejado, após dois meses em nível inferior ao desejado”, resumiu Daniela Muniz.
De maneira detalhada, o índice de evolução da produção cresceu 3,2 pontos frente a julho e atingiu 53,6 pontos em agosto. Em agosto de 2021 o indicador somou 53,3 pontos.
A evolução do número de empregados chegou a 51,8 pontos no mês passado e o índice ficou relativamente estável em relação a julho (51,7 pontos). Sobre agosto do ano passado avançou 0,6 ponto.
O índice de utilização da capacidade instalada efetiva em relação à usual aumentou 2,9 pontos em agosto, chegando a 48,1 pontos. Em julho havia sido de 45,2 pontos, em agosto de 2021, 48,3 pontos e a média histórica é de 41,6 pontos.
Já os estoques de produtos finais das indústrias cresceram após três meses de queda. Adicionalmente, as empresas registraram estoques acima do planejado, conforme índice de 52,5 pontos no mês.
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