Economia

Eletrobras elege novo conselho, com Juca Abdalla, Marcio Ferreira e nomes da União

A eleição desta terça-feira encerra uma disputa acirrada
Eletrobras elege novo conselho, com Juca Abdalla, Marcio Ferreira e nomes da União
Acordo desobriga a estatal de aportar recursos em Angra 3 | Crédito: Brendan McDermid / Reuters

Acionistas da Eletrobras aprovaram nesta terça-feira a primeira grande reformulação do conselho de administração da companhia elétrica desde a privatização, ampliando o colegiado para dez membros, incluindo três representantes do governo federal – união.

Em votação de acionistas ordinaristas, foram reconduzidos ao conselho quatro membros atuais — Vicente Falconi, Ana Silvia Corso Matte, Felipe Villela e Marisete Pereira — e eleitos dois novos integrantes, Carlos Marcio Ferreira e José João Abdalla Filho.

Indicado pelas gestoras SPX, Opportunity HDF, Oceana Investimentos e Navi Capital, Ferreira havia sido incluído pela administração da Eletrobras na lista recomendada de nomes para o conselho. No passado, ocupou cargos de direção em grandes elétricas, como CPFL e Energisa, além de ter passagens pelos colegiados de Eneva e Light.

Já José João Abdalla Filho, conhecido como “Juca” Abdalla, concorreu por fora da lista recomendada pela elétrica. Dono do Banco Clássico e importante acionista individual da Eletrobras, Abdalla também é conselheiro da Petrobras. Ele conseguiu aval dos acionistas da Eletrobras para ser considerado elegível mesmo permanecendo como conselheiro da petroleira.

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Na votação em separado dos acionistas preferencialistas, foi escolhido como conselheiro Pedro Batista, sócio da Radar Gestora, que já é ocupante desse cargo atualmente.

A assembleia também referendou a eleição dos três nomes apontados pela União para suas novas cadeiras cativas no colegiado da Eletrobras: Maurício Tolmasquim, Silas Rondeau e Nelson Hubner.

Mais cedo, a Eletrobras obteve ainda a aprovação de seus acionistas para o acordo fechado com a União para encerrar a ação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre poder de voto na companhia. Pelo acordo, o governo passou a ter mais participação nas decisões do colegiado da Eletrobras, enquanto a elétrica reduziu riscos relacionados a negócios nucleares, dos quais continuou sócia minoritária após a privatização.

A União também passou a ter direito a uma vaga no conselho fiscal da Eletrobras. Foi eleito o suplente Regis Dudena após o governo retirar a indicação de Guido Mantega apresentada anteriormente ao posto e não encaminhar um novo nome antes da assembleia.

A eleição desta terça-feira encerra uma disputa acirrada que se desenrolou no último mês entre candidatos ao conselho, com a administração da Eletrobras defendendo sua lista recomendada diante da concorrência paralela de nomes reconhecidos no mercado, como Marcelo Gasparino.

Reportagem distribuída pela Reuters.

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