Economia

Em meio ao tarifaço, abertura de empresas cresce em Contagem

Município registrou um crescimento de 21,1% na abertura de empresas ao longo de 2025
Em meio ao tarifaço, abertura de empresas cresce em Contagem
Crédito: Divulgação Tsea

Impulsionada por investimentos de grandes empresas, Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), registrou um crescimento de 21,1% na abertura de empresas ao longo deste ano. Entre janeiro e agosto, foram registrados mais de 2,6 mil empreendimentos na cidade contra mais de 2,1 mil no mesmo período do ano passado. Os dados são da Junta Comercial do Estado de Minas Gerais (Jucemg).

O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Luciano José de Oliveira, avalia que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem um impacto “quase insignificante” na abertura de negócios na cidade, já que as empresas têm conseguido se adaptar às novas tarifas e o mercado interno tem mantido uma alta demanda. A Jucemg contabiliza negócios de todos os portes, exceto microempreendedores individuais (MEIs).

A expectativa da prefeitura é que o município feche o ano com um aumento de mais de 40% na abertura de empresas, para algo em torno de 3,2 mil novos negócios, frente aos mais de 2 mil empreendimentos criados em Contagem em 2024. O Executivo municipal mantém a expectativa positiva mesmo em meio ao tarifaço, ainda que a maior parte da pauta exportadora de Contagem seja destinada aos Estados Unidos.

As empresas instaladas na cidade, com exportações para os Estados Unidos, têm conseguido fechar acordos comerciais com seus clientes norte-americanos para incorporar o tarifaço nos preços dos produtos, o que tem mantido a demanda no restante da cadeia produtiva. “O impacto do tarifaço nas empresas médias e grandes aqui é quase que insignificante”, afirma o titular da pasta econômica da prefeitura de Contagem.

A projeção otimista da prefeitura é baseada ainda na demanda prevista com a expansão dos grandes grupos empresariais instalados na cidade, além da chegada de outros negócios. A Tsea Energia, por exemplo, iniciou neste ano a construção de uma nova planta em Contagem, com aportes de R$ 700 milhões, para duplicar sua capacidade de produção.

A maior parte da produção da fabricante de equipamentos para o setor de energia é destinada à maior economia do mundo. O carro-chefe da marca, o transformador de potência, é atualmente o principal produto de Contagem exportado para os Estados Unidos.

Para além do foco no mercado externo, a Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A (Tambasa Atacadista) deve finalizar até o fim do ano sua expansão na cidade e iniciar a nova etapa da operação, que dobrará a atual capacidade de armazenagem e de administração de mercadorias da empresa. Assim como no caso da Tsea, a expansão da Tambasa também contou com investimentos de R$ 700 milhões, iniciados em 2021.

“O mercado interno também está muito aquecido. A Tambasa, que fornece para quase o Brasil inteiro, fez uma expansão muito grande, dobrou quase que a capacidade dela de armazenamento e, consequentemente, distribuição, o que tem impulsionado muito também, porque ela tem muitos prestadores de serviços indiretos. E isso influi diretamente também nesse mercado de pequena empresa. O mercado interno tem ajudado muito”, explica Oliveira.

A demanda por fornecedores e prestadores de serviços continuará aumentando em Contagem. Recentemente, a Log Commercial Properties, uma das líderes do setor de galpões logísticos Classe A no Brasil, anunciou investimento de R$ 350 milhões para construção do seu quinto galpão na cidade, que servirá como Centro de Distribuição da Shopee. As obras deverão começar no início do próximo ano e a operação deve se iniciar ao longo de 2026.

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