Economia

Emccamp posterga plano de negociar ações na bolsa

Emccamp posterga plano de negociar ações na bolsa
Caio Felizola | Crédito: Divulgação / Emccamp

A instabilidade atual do mercado fez com que a construtora mineira Emccamp, especializada em projetos habitacionais populares, suspendesse o processo de oferta inicial de ações (IPO). A estimativa é que o processo seja retomado assim que o mercado se tornar mais favorável. Em relação a 2021, a expectativa é positiva e a tendência é encerrar o ano com crescimento. Em 2020, ainda que os resultados não tenham sido fechados, a estimativa é que a empresa tenha encerrado o exercício com crescimento de 100% na receita frente a 2019.

De acordo com o diretor financeiro de relação com investidores da Emccamp, Caio Felizola, a desistência do processo de IPO se deve somente às condições do mercado atual, que ainda está instável.

“A companhia não desistiu de abrir capital. Não vamos fazer agora por considerarmos que o momento não é favorável. Mas, entendemos que as expectativas para o setor em 2021 são positivas. Conseguimos ver isso nos resultados das empresas do nosso setor que já têm capital aberto e publicaram os balanços com resultados positivos e perspectivas de lançamentos. As expectativas são sólidas e apontam para o crescimento do setor. Vamos continuar acompanhando o mercado e o setor e, assim que abrir uma janela de oportunidade, vamos estudar o retorno para o IPO”, explicou.

Conforme informações do mercado, assim como a Emccamp, nas últimas semanas, outras empresas adiaram os planos de buscar recursos no mercado para financiar projetos de expansão. Isso, devido à instabilidade da B3.

A Emccamp concentra os trabalhos nos mercados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. O foco da empresa é atender a demanda que vem do programa do governo federal, Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa, Minha Vida. Por atender a este segmento, as expectativas são positivas, devido ao déficit habitacional, e a tendência é de demanda aquecida e lançamento em 2021.

“No nosso segmento, que é voltado para a moradia popular, as taxas de juros baixas e a manutenção do Programa Minha Casam Minha Vida, agora denominado Casa Verde Amarela, são fatores positivos que nos favorecem. Estamos focados nos mercados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, onde está a maior concentração do déficit habitacional brasileiro. As taxas de financiamento reduzidas também corroboram para que a expectativa de crescimento da demanda continue”.

Ainda segundo Felizola, para este ano serão feitos vários lançamentos, porém, as datas e o volume de imóveis ainda não foram definidos pelos projetos estarem em fase final de aprovação. Devido à pandemia de Covid-19, houve atrasos nos lançamentos de 2020, que serão realizados esse ano.

Expectativas – As expectativas em relação às vendas são positivas e a tendência é encerrar 2021 com crescimento sobre 2020.

“Em 2020, mesmo com a pandemia, nossas vendas foram muito boas. Estamos em fase final de levantamento, por isso, ainda não foi definido um índice, mas, a companhia vai crescer em 2021 frente ao ano anterior. Em relação a 2020, esperamos fechar com crescimento de pelo menos 100% em receita, frente a 2019”.

Além do déficit habitacional e das taxas mais acessíveis de financiamento, o início da vacinação contra o Covid-19 no País pode contribuir para o controle da pandemia e uma recuperação econômica, o que é importante para a recuperação dos empregos e geração de renda.

“A redução do nível de desempregados é importante e, acontecendo, influencia diretamente na demanda pelos imóveis, o que pode ser positivo para as vendas da companhia”.

Financiamentos imobiliários batem recorde

São Paulo – Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança atingiram R$ 17,47 bilhões em dezembro, maior volume nominal mensal registrado desde julho de 1994, informou Associação Brasileira das Empresas de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Segundo a entidade, o montante foi 26,2% maior que o registrado em novembro e mais que dobrou em relação aos R$ 8,66 bilhões de dezembro de 2019.

Com isso, o total financiado em 2020 atingiu R$ 123,97 bilhões, alta de 57,5% sobre 2019, marcando novo recorde histórico ao superar o pico de 2014, informou a entidade.A Abecip afirmou ainda que o desempenho do crédito imobiliário levou os agentes financeiros a fechar 2020 com 426,8 mil habitações financiadas com recursos da poupança, resultado 43,2% superior ao de 2019. “Nos últimos seis anos, essa foi a maior quantidade anual de unidades financiadas pelo SBPE”, afirmou a entidade em comunicado. (Reuters)

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