Economia

Emerita compra projeto de lítio em Minas Gerais

Emerita compra projeto de lítio em  Minas Gerais
Crédito: Divulgação

A espanhola Emerita Resources exerceu seu direito de compra, conforme compromisso firmado em junho de 2016, e adquiriu 100% de um projeto para exploração de lítio da Falcon Metais, no Vale do Jequitinhonha. Os valores envolvidos na transação não foram revelados, mas se o tamanho da reserva e o teor de lítio previamente estimados forem confirmados, a Emerita havia informado que pagaria 5 milhões de dólares canadenses (aproximadamente US$ 4 milhões) para a Falcon.

De acordo com a empresa espanhola, com ações negociadas na bolsa de Toronto, no Canadá, as estimativas iniciais dos recursos minerais da reserva apontavam para cerca de 20 milhões de toneladas do mineral, com teor de lítio próximo a 1,3%. A jazida fica ao lado da área de operação da Companhia Brasileira de Lítio (CBL), único player nacional que atua na exploração e beneficiamento do lítio atualmente.

“O projeto é adjacente ao único produtor de lítio do Brasil e o limite da propriedade fica a apenas cerca de 500 metros do complexo de produção. O foco da empresa continua sendo em projetos de metais básicos, mas essa é uma oportunidade excepcional para agregar valor a um baixo custo. Houve interesse manifestado por terceiros em potencialmente desenvolver o projeto”, afirmou, em nota, o chief executive officer (CEO) da companhia, David Gower.

O projeto está localizado próximo aos municípios de Araçuaí e Itinga, ambos no Vale do Jequitinhonha, e ao lado do complexo da CBL, que produz hidróxido de lítio e carbonato de lítio. No País, estes compostos são consumidos pelo setor farmacêutico e utilizado em graxas lubrificantes de alto desempenho, respectivamente.

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O lítio é usado na produção de baterias de celulares, lap tops e veículos elétricos. Atualmente, a utilização do mineral como componente em baterias elétricas vem sendo aperfeiçoada para aumentar seu tempo de uso e autonomia. No caso dos seus compostos, o consumo está distribuído entre a indústria química (fabricação de graxas e lubrificantes), metalúrgica (fabricação de alumínio primário), indústria cerâmica, indústria nuclear (fabricação de reatores).

Projetos – A crescente onda de interesse e investimentos em pesquisas e na exploração do lítio pode fazer com que a CBL ganhe a companhia de outras empresas. Uma delas é a Sigma Mineração. A empresa já investiu R$ 100 milhões neste ano no seu projeto para a produção de lítio no Estado. Para 2019, a previsão é de que mais R$ 250 milhões sejam investidos para iniciar as operações em 2020.

A jazida da Sigma também fica localizada próxima a Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha, e a planta será construída em Araçuaí, com capacidade para a produção de 240 mil toneladas de concentrado de lítio ao ano. Este volume já colocaria a companhia como a maior produtora do insumo no Brasil e entre as cinco maiores do mundo.

Outra empresa que está investindo na exploração e produção de lítio em Minas é a AMG Mineração. A companhia está aportando cerca de US$ 175 milhões na construção de duas plantas de concentrado de lítio, em Nazareno (Campo das Vertentes). A partir de 2020, a empresa deve atingir uma produção anual de 180 mil toneladas de concentrado de lítio, o suficiente para colocar a companhia entre os 10 maiores produtores mundiais do mineral.

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