Economia

Empreendimentos de pequeno porte estão pessimistas com a pandemia

Empreendimentos de pequeno porte estão pessimistas com a pandemia
Crédito: Divulgação

A confiança dos empresários de pequeno porte, em Minas Gerais, está em queda. De acordo com a pesquisa realizada pelo Sebrae Minas, em abril, o Índice Sebrae de Confiança dos Pequenos Negócios (Iscom) apresentou retração de três pontos, chegando a 89 pontos, o que representa tendência de queda nos negócios.

Esta foi a segunda redução consecutiva e o pior resultado do indicador no ano. O resultado mostra o maior pessimismo dos empresários em relação aos negócios. Em março, o índice já tinha sofrido uma piora expressiva com queda de 17 pontos frente a fevereiro e chegando a um total de 92 pontos.

O maior desânimo em relação aos negócios tem como uma das justificativas as medidas restritivas implementadas para conter a pandemia de Covid-19 e que vêm impactando de forma negativa em diversos setores econômicos. Além disso, o aumento dos preços de insumos em setores importantes, como a construção civil, e a elevação dos juros também têm deixado os empresários mais pessimistas.

“O desânimo do empresário de Minas Gerais ainda é reflexo das medidas mais restritivas que foram mais intensificadas em março para conter o avanço da pandemia de Covid-19. No período, muitas empresas ficaram proibidas de funcionar, o que afetou ainda mais a confiança dos empresários”, explicou a analista de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Paola La Guardia.

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De acordo com os dados do Sebrae Minas, o Iscon é composto por dois subíndices: o Índice de Situação Recente (ISR) e o Índice de Situação Esperada (ISE). Um Iscon maior que 100 indica tendência de expansão da atividade, igual a 100, tendência de estabilidade e, menor que 100, de retração.

Em abril, o ISR caiu para 49 pontos, 11 pontos abaixo em relação a março. Já o ISE se manteve em 109, indicando melhores expectativas em relação à economia nos próximos três meses.

Setores – Dentre os setores, a construção civil, que vinha mantendo a expectativa de crescimento, apresentou uma queda expressiva de 22 pontos no Iscon de abril, que ficou em 100 pontos, indicando estabilidade dos negócios. Mesmo com a redução expressiva, o setor segue como o mais confiante.

“Esperávamos uma queda na confiança dos empresários do setor, porém, não tão alta. Dentre os fatores que podem justificar a retração estão a alta da Selic, que encarece e acesso ao crédito para que o setor invista em obras e lançamentos. A elevação dos juros também reduz a atratividade para os consumidores, que buscam por um financiamento. Além disso, desde o ano passado, o setor tem enfrentado um aumento muito grande no custo dos insumos e até mesmo desabastecimento. Tudo isso tem impactado na confiança dos empresários do setor”, explicou Paola.

Segundo o levantamento do Sebrae, o comércio, que tinha sido o setor com maior queda da confiança em março, registrou o maior aumento no Iscon em abril, ainda que bem discreto, de dois pontos, passando de 87 pontos para 89. Porém, o setor se manteve abaixo de 100 pontos e ainda mostra uma tendência de queda na atividade.

O impacto positivo no Iscon do comércio veio do Índice de Situação Esperada (ISE), que é referente às expectativas para os próximos três meses. No período, o ISE subiu sete pontos e chegou a um total de 109.

“Em março foram muitas as restrições para o comércio e, em abril, ocorreu o início da flexibilização da onda roxa, permitindo o retorno das atividades em várias regiões do Estado. O movimento de reabertura trouxe uma melhoria para os negócios, o que ajudou na expectativa para os próximos três meses”. 

O setor de serviços, mais uma vez, apresentou a menor pontuação, 85 pontos em abril, redução de cinco pontos frente a março. “Os empresários do setor estão muito pessimistas, já que as atividades estão entre as mais impactadas pelas medidas restritivas para conter o avanço da pandemia”, explicou Paola.

Em relação à indústria, o Iscon se manteve estável em 94 pontos ao longo de abril.

A manutenção do índice de confiança dos empresários de Minas Gerais abaixo de 100 pontos é muito ruim, segundo Paola. “As expectativas das empresas são importantes porque nos dá uma ideia do que deve acontecer na economia. Se os empresários estão pessimistas, eles não investem e não contratam. Isto não é bom porque eles são o motor mais forte da economia. Se não fazem o movimento de crescimento, não tem geração de empregos, de renda e nem de consumo”, explicou. 

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