Economia

Minas Gerais pode ganhar fábrica de usinas fotovoltaicas flutuantes

Unidade fabril está sendo motivada pela alta demanda do Estado
Minas Gerais pode ganhar fábrica de usinas fotovoltaicas flutuantes
Usinas flutuantes são instaladas sobre a superfície das águas | Crédito: F2B/Divulgação

O CEO da F2B – Fotovoltaico Flutuante Brasil – empresa brasileira especializada em Usinas Solares Fotovoltaicas Flutuantes -, Orestes Gonçalves, confirmou para o DIÁRIO DO COMÉRCIO o interesse de instalar uma fábrica de estruturas solares flutuantes, em Minas, para atender o mercado de energia solar.

Ele esteve, nessa segunda (11), em reunião na Itália com a comitiva do governo de Minas, que está em missão oficial no país para atrair investimentos, como forma de gerar mais empregos no Estado de Minas Gerais, promover o comércio bilateral e estimular parcerias de negócios.

As ilhas flutuantes são como usinas solares instaladas em terra firme, porém, instaladas sobre a superfície da água. Os flutuadores de água são instalados em lagos de usinas hidrelétricas, campos de agronegócio, mineradoras, entre outras superfícies.

A F2B comercializa e representa de forma exclusiva no Brasil a tecnologia da NGR Island, empresa italiana que é referência na tecnologia de flutuadores para usinas de geração solar fotovoltaica no mercado mundial. A empresa é a única que pode ter todos os equipamentos de uma usina solar, até mesmo o transformador, em plataforma flutuante NRG desenvolvida exclusivamente para isso. 

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Essa plataforma exclusiva proporciona redução importante de perda de energia e redução do valor gasto de cabos de corrente contínua. São fabricadas no Brasil e utilizam resina de alta densidade com tratamento ultravioleta (UV) e alumínio de alta qualidade para ter uma vida útil ao redor de 30 anos. 

De acordo com o dirigente da F2B, a demanda por usinas flutuantes cresceu muito em Minas e, por isso, há o interesse em instalar a unidade fabril. Ele explica que o mercado de geração de energia não trabalha com estoque e, sim, de acordo com a demanda. “A gente trabalha em função da demanda, então é ela que está determinando a abertura das fábricas no Estado”, explicou.

Em Minas, a F2B possui uma filial em Itamonte, no Sul do Estado, e algumas usinas que foram entregues no passado, como uma na região do Triângulo Mineiro e outra em Grão Mogol, próximo a Montes Claros, no Norte de Minas. “Então, uma turbina de uma elétrica, de uma eólica, ou um pedido relacionado a energia solar, tudo isso a gente atende sob demanda. E a demanda está bem forte, estamos muito animados com isso. Se o ativo de demanda que a gente está recebendo se confirmar, iremos abrir”, frisou.

Gonçalves explica que ainda não há local definido para a instalação da fábrica porque a empresa aguarda a confirmação das demandas para definir. “Precisamos avaliar onde a demanda se confirmará em maior volume para depois avaliarmos a melhor logística para trabalhar”, diz.

De acordo com o governo de Minas, se confirmada a instalação da fábrica, há uma expectativa de geração de até 700 empregos diretos e indiretos ao longo de toda cadeia, da produção à instalação, sendo 80 próprios da unidade fabril.

Governador ressalta novas tecnologias na área energética

A comitiva do governo de Minas Gerais está em missão oficial na Itália desde o dia 5 de setembro e ficará até o dia 15 para atrair investimentos para o Estado. Nessa segunda, além de se reunir com representantes da F2B, o grupo liderado pelo governador Romeu Zema se reuniu com representantes da Prysmian Group. 

Uma das empresas do grupo italiano, especializada na fabricação de cabos e sistemas para energia e telecomunicações, já confirmou a expansão da sua unidade em Poços de Caldas, no Sul de Minas, prestes a ser inaugurada. Com a expansão, a fábrica do Sul de Minas deve chegar a 600 funcionários trabalhando no local.

A Prysmian atende os segmentos de construção civil, indústria em geral, indústria automobilística, extração de petróleo, telecomunicações, transmissão de dados e fibras ópticas, além de transmissão e distribuição de energia.

Na Itália, o governador afirmou que a atração de novas tecnologias na área energética poderá reforçar o crescimento de Minas na posição de destaque que já ocupa nacionalmente.

“Temos uma empresa que vai ampliar a sua capacidade produtiva levando uma nova tecnologia para o Brasil, que é o encapamento dos cabos de alta tensão com uma resina, fazendo com que eles fiquem mais eficientes e possam transportar mais energia. E em relação aos painéis flutuadores, vale lembrar que, com essa produção, Minas passa a ser também o Estado que vai atender à demanda por esse equipamento em todo o País. Dessa forma, todos estão ganhando, principalmente os mineiros”, destacou Zema .

Além do governador, compõem a comitiva os secretários de Estado Marcelo Aro (Casa Civil) e Fernando Passalio (Desenvolvimento Econômico); o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga, e o diretor de Atração de Investimentos da agência, Ronaldo Alexandre Barquette; representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg); membros da Câmara de Comércio Italiana de Minas Gerais, com o apoio da Embaixada do Brasil em Roma; consulados do Brasil em Milão e da Itália em Belo Horizonte; e instituições de fomento italianas.

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