Empresa de geotecnia traz tecnologia de ponta para MG
A empresa chilena Innra, especializada em tecnologia de inovação para mineração focada em geotecnia, escolheu Minas Gerais para abrir sua primeira unidade brasileira, a Innra Brasil.
Para apresentar as novidades para o setor de sondagens geotécnicas e de pesquisa mineral, a companhia realiza hoje um evento de inauguração das suas operações, que já começaram a ser implantadas em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
A expectativa da Innra Brasil, que conta com uma experiência de mais de 20 anos no mercado, é que, já no primeiro trimestre de 2023, a empresa tenha uma estrutura capaz de produzir equipamentos 100% fabricados no Brasil, bem como disponibilizar uma equipe técnica capacitada para dar suporte aos seus clientes.
Para o engenheiro e um dos fundadores da Innra, Ronald Ambler, as expectativas da empresa no cenário brasileiro são tanto para o mercado de geotecnia quanto para o de exploração de mineração. “São soluções que consistem em mostrar e validar tecnologias de última geração que não só permitem trabalhar cuidando da integridade de seus trabalhadores e do meio ambiente, mas também tornam essa atividade eficiente em termos de produtividade”, afirma Ambler, que também é especialista em análise de sistemas e engenharia de execução mecânica.
Ainda segundo o executivo, a preferência por Minas Gerais se deu a partir das características que o Estado carrega, além de ser uma das regiões com maior número de mineradoras.
“A Innra escolheu Minas não só por ser o estado com maior atividade de mineração do País, mas também porque as grandes empresas que desenvolvem sua atividade aqui estão sempre muito preocupadas com o cuidado das pessoas e com o meio ambiente. E, nessa condição, entendemos que elas vão valorizar mais nossos desenvolvimentos, que seguem na mesma direção”, explica.
Além dessas particularidades que o Estado possui, há também uma alta na demanda no que se refere à geotecnia, que é a análise do solo e rochas a partir de intervenções humanas e da natureza. Isso porque Minas carrega o maior número de barragens do País e é marcada pelos acidentes de Mariana e Brumadinho.
Segundo o engenheiro, investir em técnicas mais inovadoras é uma forma de auxiliar as empresas a se preparar para que episódios como esses não se repitam. “Em relação ao infeliz acidente de Mariana e Brumadinho, que desencadeou perdas humanas, nossa tecnologia não poderia impedir diretamente que isso se repetisse, mas permite que mais equipes de perfuração, especialmente a geotecnia, trabalhem com segurança, entregando as informações necessárias para evitar que isso aconteça novamente”, pontua.
Interesse no cenário brasileiro
A primeira venda dos equipamentos Innra no Brasil foi feita para a multinacional portuguesa Geocontrole, especializada em soluções em geotecnia e geologia, também com sede em Minas Gerais.
Em busca de inovações para a sua área, a empresa visitou o Chile e se interessou pelas soluções oferecidas pela companhia chilena. A partir desse relacionamento, a Innra se empenhou em investir no cenário brasileiro. Além disso, apresentou sua tecnologia durante a prestigiada feira da indústria de mineração da América Latina, a Exposibram, realizada em setembro pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Para o fundador, o desenvolvimento do mercado de geotecnia no País tem se mostrado cada vez mais favorável, o que aumenta o interesse da empresa em expandir futuramente suas atividades. “Nossa intenção é cobrir todo o mercado brasileiro, onde temos absoluta confiança de que Minas Gerais vai receber nossos desenvolvimentos de uma forma muito boa e que nos permitirá expandir”, declara.
Mercado inovador para mulheres
Com a promessa de oferecer um design simples e de uso intuitivo para quem for operar os equipamentos, a Innra também possibilitou a entrada de mulheres nesse mercado, já que a exigência física da operação se torna praticamente inexistente.
“Já preparamos muitas mulheres em uma série de atividades, onde elas não só ocupam posições tradicionais, mas também posições por muitos anos associadas a homens, como caminhoneiros, operadores, assistentes de perfuração, mecânicos, soldadores etc. Nossa intenção é replicar esse modelo para o Brasil, porque elas não só preencheram uma cota, mas mostraram que podem superar os homens em muitas dessas atividades”, finaliza Ronald Ambler.
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