Empresariado está mais confiante

Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de Belo Horizonte cresceu e atingiu 110,2 pontos percentuais em agosto. O dado foi divulgado ontem pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG).
O resultado é considerado o melhor alcançado desde o início da pandemia de Covid-19. Entre os destaques do Icec está o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), que alcançou 88,4 pontos.
O economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, explica que com a diminuição do cenário de incerteza, empresários do ramo do varejo começaram a ficar mais otimistas. “A pandemia gerou muita incerteza no empresariado. Com isso, veio a queda de receita e diversas restrições de funcionamento. Agora, com o aumento da flexibilização, a diminuição dessas restrições, a abertura do comércio não essencial deixou os empresários mais seguros”.
Almeida pontua que o segundo semestre é historicamente mais positivo para o setor varejista. “É nesse período que temos uma melhoria significativa das vendas com as liquidações e as datas comemorativas, que são maiores no segundo semestre como a Black Friday, Dia das Crianças e o tão esperado Natal. Essas datas têm a injeção de renda para as famílias com o acréscimo do décimo terceiro, além das contratações temporárias”.
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Essa tendência foi acompanhada pelo Índice de Consumo das Famílias (ICF), que expandiu 3,5 pontos, atingindo 67,2 pontos em agosto. Nesta avaliação, todos subíndices apresentaram resultados positivos, com destaque para a perspectiva profissional, que avançou 7,7 pontos, chegando a 94,8 pontos.
Alerta
Apesar desse crescimento, o economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida, pondera a respeito do poder de compra das famílias mineiras. O desemprego e a baixa renda são alguns dos fatores que afastam a clientela. “Ainda temos taxas altas de desemprego, a inflação elevada e apesar do índice de confiança positiva dos empresários, os consumidores estão receosos em comprometer a renda”, opina
Outra preocupação dos empresários está relacionada à crise hídrica e à elevação da energia elétrica. Guilherme Almeida avalia que essas questões afetam os empresários e os consumidores, que também ficam desestimulados em comprometer a renda com bens duráveis.
“O aumento da energia elétrica acaba afetando os gastos fixos do comerciante, que também compromete a renda da clientela. A elevação da taxa de juros também influencia na linha de crédito dos empresários. Isso faz com que eles tenham um planejamento maior a respeito a estes empréstimos para que não coloque em risco o capital de giro. Tudo isso tem impacto no consumo das famílias no comércio”, esclarece.
Expectativas para o fim do ano
A melhoria nos índices é resultado do avanço da vacinação e do fim das restrições no funcionamento do comércio. A expectativa é de que o fim do ano o setor varejista tenha um fim de ano historicamente positivo. “Teremos a Black Friday, o Dia das Crianças e o Natal. O pagamento do décimo terceiro será outro impulso para as compras, além dos trabalhos temporários”, acrescenta o economista-chefe da Fecomércio MG, Guilherme Almeida. A venda por e-commerce também é outra aposta do setor que deve movimentar o fim deste ano para o comércio em Minas Gerais.
Almeida reforça ainda que empresários e consumidores devem ficar atentos aos cuidados com os protocolos sanitários. “Agora estamos com essa variante Delta e para não voltarmos com as incertezas a respeito do funcionamento do comércio, ressaltamos a importância de seguir com os protocolos de álcool em gel para os clientes, distanciamento e limite de consumidores dentro dos estabelecimentos”, complementa.
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