Economia

Empresariado está menos confiante em MG

Manutenção do aperto monetário por parte do Banco Central é um dos fatores que reduz o otimismo do setor
Empresariado está menos confiante em MG
Icei nacional registrou elevação de 0,4 ponto em maio (49,2 pontos), frente a abril (48,8 pontos) | Crédito: Ronaldo Guimarães / Teksid

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) recuou 1,6 ponto frente a abril (52,2 pontos) e marcou 50,6 pontos em maio em Minas Gerais. A informação é da pesquisa mensal realizada pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), que avalia o nível de confiança dos industriais por meio de suas percepções quanto à situação atual da economia e dos seus negócios, e de suas expectativas para os próximos seis meses.

A economista da Gerência de Economia e Finanças da Fiemg, Daniela Muniz, analisa que a queda “foi influenciada tanto pela piora da avaliação da economia pelos empresários quanto pela calibragem da expectativa deles para baixo. Pois nós temos dois componentes que fazem parte do índice de confiança: o componente de condições atuais e o componente de expectativas, todos dois reduziram este mês”. O componente de condições atuais caiu 1 ponto ante abril (46,1 pontos) e marcou 45,1 pontos em maio. E o componente de expectativas recuou 1,9 ponto entre abril (55,2 pontos) e maio (53,3 pontos).

Ela alerta que apesar de o indicador final ainda mostrar confiança dos empresários pelo quarto mês consecutivo, ou seja, acima de 50 pontos, desde o início do ano ele vem oscilando muito próximo desse número que é justamente o limite da confiança e da falta de confiança.

Daniela Muniz ressalta ainda que vivemos “um ambiente econômico ainda muito desafiador por causa de fatores, como a manutenção da política monetária restritiva que vem sendo adotada no intuito de conter o processo inflacionário e da desaceleração econômica percebida não só no Brasil, mas no mundo. Isso tudo pode alterar a percepção dos empresários”. 

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Em um contexto macroeconômico de desaceleração e com alto grau de incertezas a economista analisa também que as taxas de juros elevadas podem afetar os investimentos e as demandas por bens industriais, principalmente, aqueles mais dependentes de financiamentos como os automóveis, por exemplo. Ela ainda pontua que o arcabouço fiscal que era aguardado com ansiedade pelos agentes econômicos e que já foi apresentado, ainda traz algumas dúvidas e pontos importantes ainda estão sendo contestados.

Outra questão importante que a economista lembra é a demanda enfraquecida nesse momento de inflação. Além das taxas de juros elevadas que acaba aumentando a inadimplência. “Estamos com alto grau de inadimplência e registrando o aumento do endividamento das famílias. O cenário está incerto demais”, revela.

Expectativas 

A ampliação das medidas de transferência de renda como o Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo concedido este ano podem atenuar um pouco a desaceleração que está acontecendo na economia. “Temos que esperar. Tudo vai depender das próximas políticas que serão adotadas”, conclui Muniz.

Cenário nacional 

O Icei Minas reduziu 6 pontos em relação a maio de 2022 (56,6 pontos), sendo o menor para o mês em três anos, e ficou 2,2 pontos abaixo da sua média histórica (52,8 pontos). Já o Icei nacional registrou elevação de 0,4 ponto em maio (49,2 pontos), frente a abril (48,8 pontos), porém continuou mostrando falta de confiança dos empresários brasileiros. 

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