Economia

Empresariado está menos otimista, aponta a Fiemg

Índice de Confiança apresentou recuo em julho, mas se mantém positivo
Empresariado está menos otimista, aponta a Fiemg
Crédito: Kzenon / Adobe Stock

A confiança do empresário industrial mineiro segue em oscilação há alguns meses, mas o cenário é de otimismo. Levantamento da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) indica expectativas positivas entre os industriais pelo 24º mês consecutivo. Melhora do mercado de trabalho, demanda externa favorável e estímulos fiscais concedidos pelo governo estão entre os quesitos favoráveis avaliados pelo setor.

Entretanto, permanecem a preocupação com a inflação e os juros elevados, bem como a incerteza quanto às eleições, o que acaba impactando pontualmente a avaliação dos empresários. Prova disso é que em julho, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei) recuou 1,4 ponto em relação a junho (58,4 pontos) chegando a 57 pontos. De toda maneira, o indicador permanece acima da linha dos 50 pontos e está 4,3 pontos superior à média histórica mensal de 52,7 pontos.

A economista da Fiemg Daniela Muniz afirma que as oscilações têm sido marcadas por pequenas altas e baixas. E que o desempenho alcançado pelo setor no decorrer do primeiro semestre está favorecendo o otimismo dos industriais. Porém, ela ressalta que alguns impulsos são transitórios, o que poderá afetar o otimismo nos próximos meses.

“A retomada da economia e dos serviços públicos foi temporária. E na ausência de novos estímulos, o que vai predominar é uma política monetária restritiva para conter a inflação, o que acaba gerando impactos na economia. A conta uma hora chega”, diz.

De toda maneira, a economista da Fiemg destaca que os números do semestre superaram as expectativas. E que isso é mais um fator que contribui para o otimismo dos empresários. “O que ainda permanece atrapalhando o desempenho da indústria é a falta de insumos e a elevação de preços. Mas isso também já ocorre com menos intensidade”, completa.

O Icei é resultado da ponderação dos índices que medem a satisfação dos empresários com as condições atuais e as suas expectativas para os próximos seis meses.

Fiemg analisa condições atuais e futuras das empresas

Conforme o levantamento da Fiemg, o componente de condições atuais reduziu 1,8 ponto frente a junho, registrando 51,5 pontos em julho. O resultado – acima de 50 pontos – mostrou que os empresários perceberam melhora na situação atual, embora com menos intensidade. Em julho de 2021, o índice estava em 57,1 pontos.

Já o componente de expectativas para os próximos seis meses caiu 1,2 ponto em relação a junho, alcançando 59,7 pontos neste mês. Apesar da retração, o indicador permaneceu bem acima dos 50 pontos, mostrando otimismo pelo 25º mês consecutivo. O índice sinalizou perspectivas positivas dos empresários com relação aos seus negócios e às economias brasileira e mineira. No mesmo mês do ano passado o valor era de 65,1 pontos.

Especificamente sobre a economia brasileira, o índice chegou a 62,5 pontos na expectativa enquanto configurou em 56,3 pontos nas condições atuais. Já em relação à economia do Estado, os números foram de 67,3 pontos e 56,7 pontos, respectivamente.

Além disso, a pesquisa sinalizou otimismo dos empresários industriais de todos os portes com relação ao desempenho do próprio negócio tanto agora quanto nos seis meses seguintes.

Produção de minério da Vale tem queda de 1,2%

A Vale produziu 74,108 milhões de toneladas de minério de ferro no segundo trimestre deste ano, queda de 1,2% ante igual período de 2021, informou a mineradora em relatório de produção nesta terça-feira.

Em relação aos três primeiros meses deste ano, no entanto, houve avanço de 17,4%, mostraram os dados.

A Vale ainda atualizou a previsão de produção para entre 310 milhões e 320 milhões de toneladas, contra expectativa anterior de 320 milhões a 335 milhões de toneladas para 2022.

As vendas de minério de ferro do segundo trimestre de 2022 caíram mais do que a produção.

A mineradora vendeu 64,318 milhões de toneladas de minério de ferro, volume 2,3% menor que o registrado um ano antes e 22,9% superior ao trimestre imediatamente anterior.

Preços

Os preços futuros das matérias-primas siderúrgicas caíram ontem, uma vez que as perspectivas gerais para a demanda de aço da China permanecem obscurecidas pelos riscos da Covid-19 e pelo mau tempo.

O contrato de minério de ferro para agosto na Bolsa de Cingapura caiu 2,5%, para US$ 98,20 a tonelada, enquanto o contrato mais negociado de setembro do produto em Dalian caiu 1%, para 656,50 iuanes por tonelada. (Reuters)

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