Empresário da indústria segue sem confiança em MG no mês de junho

Novamente os industriais de Minas Gerais demonstraram desconfiança com o ambiente macroeconômico brasileiro, é o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG), divulgado nesta quarta-feira (18) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O indicador se manteve em 47,8 pontos em junho.
Foi o sétimo mês consecutivo que o índice permanece abaixo dos 50 pontos – limite entre a confiança e a falta dela. Conforme o estudo, a falta de confiança dos empresários no sexto mês de 2025 é fruto de uma percepção negativa quanto ao momento atual da economia e dos próprios negócios.
“A percepção dos industriais se deve ao ambiente macroeconômico desafiador do País, influenciado pelas preocupações com a sustentabilidade fiscal, com a inflação persistente e com os juros elevados”, destaca a economista da Fiemg, Daniela Muniz. Ela acrescenta que a taxa básica da economia alta, a Selic, afeta diretamente o custo do crédito e as decisões de investimento da indústria.
Além do cenário interno, Daniela Muniz destaca que o ambiente externo também contribui para a falta de confiança. “Nos Estados Unidos ainda persiste a instabilidade”, observa.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
O Icei-MG manteve a mesma pontuação de maio. Já na comparação com junho de 2024 (51,5 pontos), houve uma queda de 3,7 pontos, levando o índice ao menor patamar para o mês em cinco anos. Além disso, o indicador seguiu 4,7 pontos abaixo da sua média histórica (52,5 pontos).
Nacionalmente, o Icei passou de 48,9 pontos em maio para 48,6 pontos em junho. Foi o sexto mês seguido em que o índice ficou abaixo dos 50 pontos.
Icei é dividido em subíndices
A economista da Fiemg explica que o Icei é composto por dois subíndices: o de condições atuais e o de expectativas, ambos variando de zero a 100 pontos. Valores acima de 50 pontos indicam uma percepção positiva sobre a situação atual em relação aos seis meses anteriores e otimismo para os próximos seis meses, enquanto valores abaixo sinalizam percepção negativa e pessimismo.
Daniela Muniz observa que o componente de condições atuais piorou, já que o indicador que em junho está 43,1 pontos diminuiu 0,4 ponto na comparação com maio (43,5 pontos), o que sinaliza uma piora na avaliação dos industriais sobre a economia do País e do Estado.
Na comparação com junho do ano passado (45,8 pontos), o recuo foi de 2,7 pontos, alcançando o menor resultado para o mês em cinco anos.
E o componente de expectativas para os próximos seis meses ficou praticamente estável entre maio e junho, e próximo da linha de 50 pontos, mostrando neutralidade nas perspectivas dos industriais. Na comparação com junho do ano passado (54,3 pontos), o índice decresceu 4,2 pontos, atingindo também o menor valor para o mês em cinco anos.
Ouça a rádio de Minas