Empresários brasileiros estão confiantes, porém cautelosos

Os empresários mineiros estão confiantes com o desempenho do setor produtivo no Estado. O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Minas Gerais (Icei-MG), divulgado nesta quarta-feira (14) pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), atingiu 50,7 pontos este mês. Apenas 0,01 ponto percentual acima do mês anterior que foi de 50,6 pontos, apresentando estabilidade.
De acordo com a economista da Fiemg, Daniela Muniz, é a 19ª vez consecutiva que os empresários se mostram confiantes. Ela atribui a positividade ao aumento do poder de compra, impulsionado pelo mercado de trabalho aquecido e pelas diversas políticas governamentais de transferência de renda. Na comparação com agosto de 2023 (53,1 pontos), o índice recuou 2,4 pontos, e ficou 2 pontos abaixo da sua média histórica (52,7 pontos).
O componente de condições atuais subiu 0,7 pontos entre julho (44,9 pontos) e agosto (45,6 pontos), recuperando uma parte da queda que ele tinha sofrido no mês anterior. “Apesar dessa melhora desse índice específico, os empresários ainda mostraram uma percepção negativa sobre as condições econômicas do Brasil e de Minas bem como de seus negócios”, avalia a economista.
A economista relembra que a confiança na indústria está em patamar baixo desde o início do ano, alternando entre pequenas altas e baixas. “O aumento do poder de compra das famílias e a demanda aquecida, vem impulsionando o mercado. A transferência de renda, os pagamentos dos precatórios, aumento real do salário mínimo, reajustes de salários acima da taxa da inflação, todos estes fatores contribuíram para o desempenho da atividade industrial do Estado”, comentou Daniela Muniz. Ela cita também o avanço da produção da indústria mineira e a criação de vagas de emprego mostrada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Entretanto, a economista pondera que o cenário é de incertezas quando relacionado às finanças públicas. “A trajetória da taxa de juros e o atual fortalecimento do dólar, resultaram em uma confiança que oscila em níveis baixos”, afirmou.
Analisando a conjuntura ela alega que temos dois cenários “brigando um com o outro” e trazendo uma certa estabilidade, mas numa linha muito tênue de alteração. “Os cortes das taxas de juros, o fortalecimento do dólar, a perda de poder do Real, contribuem para que a confiança dos empresários fiquem em níveis mais baixos”, alega.
Instabilidade econômica impacta confiança negativamente
O estudo ainda revela as expectativas futuras e apesar da confiança estável, a instabilidade das contas públicas pode estar apresentando um impacto negativo. O componente de expectativas registrou queda de 3,1 pontos se comparado ao mesmo mês do ano passado (56,3 pontos) ao atingir 53,2 pontos. Ante ao mês de julho deste ano, a queda foi de 0,3 ponto. Em julho, o índice havia atingido 53,5 pontos.
“As incertezas combinadas geram um ambiente de cautela entre os empresários e isso impacta negativamente as expectativas para o futuro”, afirmou Daniela Muniz.
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