Empresários de postos criticam carga tributária
Empresários que atuam no ramo de postos de gasolina estão enfrentando uma conjunção de fatores desfavoráveis ao setor, que inclui o crescimento da carga tributária nos combustíveis, alta nos preços e perda de renda do consumidor. A análise é do ex-diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Bráulio Chaves. “O custo relativo do combustível no orçamento do consumidor cresceu enormemente e fez o produto ficar caro aos olhos do cliente”, diz.
Chaves explica que a alta do consumo do etanol é um processo cíclico que coincide com o período da safra da cana-de-açúcar. Entretanto, neste ano, tal característica foi acentuada, pois coincidiu com a alta expressiva no preço da gasolina.
Ele informa que a migração do consumo da gasolina para o álcool não foi suficiente para equilibrar as contas e que é visível a queda na venda de combustíveis. Ele explica que nem sempre o fluxo no posto de combustível cai, mas aquela pessoa que enchia o tanque, gasta R$ 80, exemplifica. “O consumidor está sem renda, não tem dinheiro para comprar o produto. Só conta com o que está no bolso”, diz.
A migração da gasolina para o etanol também traz uma série de impactos na gestão do negócio, como adequação da reposição de estoques. Alguns postos, segundo Chaves, estão sofrendo com problemas operacionais, já que não têm capacidade de estoque ou bombas apropriadas para atender ao crescimento da demanda do etanol. A principal reivindicação do setor é pela queda na tributação. Segundo ele, em Minas, a carga tributária incidente sobre a gasolina já representa 50% do valor total do produto.
E a situação não tem data para ser alterada. Inclusive porque a gasolina vem tendo altas: em setembro, entre os dias 14 e 22, o preço da gasolina cobrado pela Petrobras às distribuidoras foi de R$ 2,2514, o mais alto praticado pelo menos desde maio. Em Minas, o preço médio da gasolina ao consumidor, segundo a ANP, foi R$ 4,931 entre os dias 16 e 22 de setembro. Quanto ao etanol, o preço médio foi de R$ 2,995 nesse mesmo período. (AAH)
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