Economia

O que se sabe sobre a venda da mineradora Itaminas

Negociação foi confirmada por uma fonte ao Diário do Comércio e deve chegar à casa dos bilhões de reais; tire dúvidas sobre a transação
Atualizado em 2 de julho de 2024 • 14:57
O que se sabe sobre a venda da mineradora Itaminas
Itaminas foi fundada em 1958, em Sarzedo, na RMBH, e é uma das maiores produtoras de minério de ferro do Estado | Crédito: Reprodução Site Itaminas

A mineradora Itaminas está prestes a ser vendida, conforme informou o Diário do Comércio em reportagem nesta segunda-feira (1). Os valores e a transação não foram divulgados oficialmente, mas foram confirmados por uma fonte diretamente envolvida na negociação.

Fundada em 1958, em Sarzedo, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Itaminas mantém operações na cidade desde 1959. Uma das maiores produtoras de minério de ferro do Estado, a companhia produz, atualmente, cerca de 6,5 milhões de toneladas anuais – no site oficial, a empresa diz que atualizações estão em implantação na unidade, como um projeto de ampliação para 10 milhões de toneladas por ano, além da instalação de filtragem.

Confira, a seguir, o que já se sabe sobre a compra da Itaminas.

Quem vai comprar a Itaminas?

Os empresários de Minas Gerais, Rodrigo Gontijo, do Grupo AVG; Argeu Géo, da Ageo Agropecuária, e Daniel Vorcaro, do Banco Master, fecharam acordo para compra da mineradora na última semana.

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Quem são os proprietários atuais da Itaminas?

Até então, a mineradora era de propriedade da família Paz e conduzida pelos irmãos Cristiano, presidente, e Bernardo, acionista, que também dono de Inhotim.

O que falta para a transação ser concluída?

Pelo porte, a conclusão da operação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A expectativa é que o processo seja finalizado até o dia 1º de agosto, visto que o prazo máximo para o órgão analisar operações desse tipo é de 30 dias.

Qual foi o valor da venda?

Rumores indicam que a transação chegará à casa dos bilhões de reais, embora os valores não tenham sido revelados.

O que já foi divulgado oficialmente sobre a compra?

O Grupo AVG foi procurado, mas não deu detalhes do negócio. Em nota, disse apenas que “as informações são confidenciais e estão sujeitas à aprovação do Cade”.

Por diversas vezes, a reportagem tentou contato com os demais empresários, mas sem sucesso. Este espaço está aberto para a divulgação de seus posicionamentos.

O que a mineradora Itaminas produz atualmente?

Quatro produtos compõem o portfólio da mineradora. São eles:

  • pellet feed, vendido ao mercado externo, destinado às pelotizadoras ou sinterizações, como insumo da siderurgia;
  • sinter feed, enviado sobretudo para o exterior, compondo misturas para siderúrgicas utilizarem nas sinterizações;
  • hematitinha, que atende ao mercado interno, alimentando a siderurgia nacional voltada à produção de gusa;
  • e granulado, também negociado com a siderurgia nacional produtora de gusa.

Em Sarzedo, a Itaminas opera duas barragens, a B1 e a B4.

A primeira é a estrutura mais a jusante do complexo e tem a função de conter os sedimentos originados das vias de acesso e área de operação da mina, bem como a clarificação final de efluentes e recirculação de água industrial.

A segunda consiste numa estrutura que, anteriormente, era utilizada para conter os rejeitos da mineração – as obras de descaracterização estão em andamento, de acordo com a empresa.

Demais mudanças

Outras mudanças estão prestes a acontecer na empresa mineira. O ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), Thiago Toscano, deverá assumir a presidência da mineradora em breve, conforme antecipado pelo Diário do Comércio em abril. Para o desafio, ele deixou a estatal no fim daquele mês, sendo substituído pelo ex-diretor de Gestão de Ativos e Mercado Sérgio Lopes Cabral.

Toscano é bem-visto no meio empresarial. O currículo do futuro executivo da Itaminas ainda inclui o comando do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (ex-Indi, atual Invest Minas) e passagens pelo governo estadual e prefeituras de Belo Horizonte e São Paulo.

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