Empresas de Minas lideram recuperação de crédito no Sudeste

As empresas de Minas Gerais registraram a maior recuperação de crédito do Sudeste, de acordo com o indicador de março da Serasa Experian. Ao todo, as companhias mineiras liquidaram 48,8% das dívidas contraídas em até 60 dias após o mês de negativação. Enquanto isso, no Espírito Santo, o índice de pagamento foi de 47,6%, no Rio de Janeiro, 47,1%, e em São Paulo, 41,5%. O percentual apurado no Estado ainda ficou acima da média nacional, de 46,7%.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, destaca que se observa já há um tempo, uma melhora nos números tanto de recuperação de crédito empresarial quanto de redução da inadimplência das empresas. E, segundo ele, Minas Gerais tem se destacado na comparação com algumas unidades da Federação por ter uma cadeia exportadora, principalmente nos setores de agronegócio e mineração, com participação relevante na atividade econômica do Estado.
Rabi explica que o estado fluminense e o paulista, bem como outros no País, com uma certa dependência do setor de serviços, não vêm apresentando o mesmo desempenho. Conforme ele, a atividade foi duramente afetada pela pandemia de Covid-19, o que ainda impacta as companhias.
Expectativa é que os números sigam melhorando nos próximos meses
Na avaliação de Rabi, nos próximos meses, a recuperação de crédito das companhias seguirá avançando. Isso porque, segundo ele, uma tríade de fatores poderá beneficiá-las. “A expectativa é que os números continuem melhorando. A economia crescendo, a inflação permanecendo baixa e os juros começando a cair farão com que as condições financeiras das empresas melhorem para não que fiquem inadimplentes e quitem as dívidas de forma mais fácil”, destaca.
Nessa perspectiva, é válido lembrar, o Produto Interno Bruto (PIB) mineiro e o brasileiro vêm apresentando resultados positivos em 2023. E em junho, houve a primeira deflação no Brasil desde setembro do exercício anterior. Além disso, o Banco Central (BC) já sinalizou que, a partir de agosto, pode haver uma redução da taxa básica de juros (Selic, em 13,75% ao ano).
Ainda de acordo com o economista, em uma análise dos dados nacionais no primeiro trimestre de 2023, o indicador está melhor do que no mesmo período de 2022. “Se pegarmos o percentual médio dos três primeiros meses, 46,5% das dívidas que foram negativadas no período, foram recuperadas em até 60 dias após a negativação. No ano passado, esse percentual era de 44,4%, ou seja, tivemos um aumento de 2,1 pontos percentuais, o que mostra um desempenho melhor.”
Contas mais quitadas estão no segmento do varejo
Embora tenha liderado em março a recuperação de crédito entre os estados brasileiros, Minas Gerais ficou apenas em 14º lugar no ranking nacional. O Piauí foi a unidade federativa que apresentou a maior taxa de quitação em até 60 dias após a negativação, de 65,70%. O Maranhão (59,40%) e a Paraíba (55,50%) ficaram em segundo e terceiro lugar, respectivamente. Já o Distrito Federal (33%) registrou o pior índice de pagamento e ocupou a última colocação.
Os dados da Serasa Experian ainda mostram que, no Brasil, o maior percentual de contas pagas por companhias inadimplentes em até 60 dias após a negativação foi no setor de varejo, com 52,8%. Na sequência, os segmentos priorizados pelas empresas foram: outros (51,3%), utilities (49,8%) – que contempla contas básicas como gás, energia e água –, bancos e cartões (46,7%), financeiras (42,2%), serviços (39%), securitizadoras (34,9%) e, por último, telefonia (14,4%).
No recorte por idade, a pesquisa revelou que os encargos negativados há 30 dias foram os mais contemplados na hora de cumprir com os compromissos financeiros, com 60,2%. Em seguida estavam aqueles com 60 dias (39,9%), 90 dias (27,8%), os que totalizavam 180 dias (25,1%), contas com até um ano (31,5%), e por último, com idade superior a esse prazo (16,9%).
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