Empresas de Minas mais impactadas pelo tarifaço terão créditos de R$ 300 milhões

O governo estadual preparou um pacote de R$ 300 milhões para atender as principais empresas de Minas Gerais impactadas pelo tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Dois terços dos recursos serão provenientes de uma linha de crédito do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e o restante será via créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) acumulados na exportação.
A medida foi anunciada pelo governador do Estado, Romeu Zema (Novo), e explicada por sua equipe durante coletiva de imprensa na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), nesta quarta-feira (30).
O secretário de Estado da Fazenda (SEF), Luiz Cláudio Gomes, afirmou que o governo mineiro tem um grande estoque de ICMS exportação acumulado para monetização e que ainda definirá os setores a serem atendidos com a medida.
“Nós conseguimos selecionar R$ 100 milhões, que serão distribuídos de uma forma ainda a ser acordada com o mercado, de maneira a atenuar os impactos para quem está sofrendo com esse tarifaço”, disse.
Já o presidente do BDMG, Gabriel Viegas, explicou que a linha de crédito do banco estatal terá uma taxa subsidiada de 0,9% ao mês, sem correção monetária, com um período de carência de um ano e um prazo de pagamento de 60 meses.
Haverá um teto na linha de crédito a ser definido pelo BDMG, juntamente com a Fiemg e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Sede).
“O BDMG já disponibilizou R$ 200 milhões para atender aos setores e às empresas mais afetados. Logicamente, como o decreto foi publicado hoje, as nossas equipes já estão trabalhando no sentido de identificar quais são essas empresas e quais são esses setores, justamente porque o recurso é finito, e o grande objetivo é auxiliar aquelas que mais precisam neste momento”, declarou.
O presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, disse que o setor produtivo mineiro ficou satisfeito com as medidas para o curto prazo, principalmente pela perspectiva da ampliação do uso de um volume maior dos créditos do ICMS exportação no futuro, já que é um valor devido às empresas que é retido pelos estados.
O representante industrial espera que os recursos disponibilizados aumentem no futuro e ressaltou que o principal apoio financeiro às empresas deve partir do governo federal.
“São medidas relevantes, mas os montantes são muito grandes. Quando a gente fala que só um setor exporta US$ 1 bilhão, nós estamos falando de R$ 6 bilhões”, disse.
“R$ 100 milhões, R$ 200 milhões, são relevantes para o Estado de Minas Gerais em termos do esforço, mas ainda não são suficientes. […] O maior aporte tem que vir do governo federal, mesmo porque são ações nacionais”, completou.
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