Empresas mineiras são 2º em inadimplência

O Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian, no 11º mês deste ano, aponta que 623.601 empresas estavam inadimplentes em Minas Gerais. O número é 1,22% superior ao apurado em outubro. Na época, eram 616.065 negócios nesta situação em todo o Estado. Além disso, este foi o maior volume verificado em 2022. Até então, o líder era o mês de fevereiro, com 611.124 estabelecimentos inadimplentes.
Fazem parte do levantamento empresas que têm pelo menos um compromisso vencido e não pago e que, por isso, tiveram o CNPJ incluído na base de dados da Serasa Experian. Se comparado a novembro do ano passado, o índice apresenta uma elevação ainda mais significativa, de 2,61%. No período, eram 607.323 empresas mineiras inadimplentes.
O número apurado no mês passado foi ainda o segundo maior em todo o Brasil, perdendo apenas para São Paulo, com 2.075.708 negócios no vermelho. Atrás de Minas Gerais, aparece o Rio de Janeiro, com 576.067 estabelecimentos inadimplentes. Completam o ranking os estados do Paraná, com 408.943 empresas inadimplentes, e Rio Grande do Sul, com 356.326 negócios em situação irregular. Roraima, na região Norte, ficou em último na lista estadual, com 8.899 estabelecimentos no vermelho.
Ainda segundo a pesquisa, a quantidade de negócios inadimplentes no Brasil também bateu recorde no ano, apresentando o pior cenário de negativação desde o início da série histórica, em 2016. Somente em novembro, foram contabilizadas 6.392.011 empresas inadimplentes. Se comparado ao mês imediatamente anterior, o aumento foi de 0,93%, visto que, na época, eram 6.332.952 negócios brasileiros nesta situação. Já em relação ao mesmo período de 2021, quando foram apurados 5.877.349 estabelecimentos com contas a pagar vencidas, o agravamento foi bastante significativo, de 8,75%.
Conforme o indicador, a quantidade e o valor acumulado de dívidas no País também bateram recordes no mês passado. Foram 45 milhões de débitos negativados no período, totalizando R$ 108 bilhões. Cada CPNJ no vermelho tinha cerca de sete dívidas a pagar. A análise por setor revelou que mais da metade das empresas inadimplentes atua no segmento de serviços (53,5%). Em seguida aparecem os grupos de comércio (37,5%); indústria (7,7%); setor primário (0,8%) e outros (0,4%).
Outro recorte mostrou em quais segmentos os empreendimentos inadimplentes mais adquiriram suas dívidas. O destaque ficou para a categoria outros (28,9%). O grupo engloba em sua maioria indústrias, além de empresas do terceiro setor e do agronegócio. Os débitos também mostram alto nível de aquisição em serviços (27%) e bancos e cartões (19,4%). Também foram analisados os segmentos de telefonia (8,6%); utilities (6,7%), varejo (4,2%), financeiras (4%) e securitizadoras (1,2%).
Segundo o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a melhora do quadro de inadimplência depende de uma reação em cadeia. “Para que esse cenário mostre uma visão mais positiva é necessário que os consumidores consigam sair da inadimplência, aumentem seu poder de compra e comecem a honrar com seus compromissos financeiros, além de consumir mais. Esses dois fatores deverão contribuir para o fluxo de caixa dos negócios que, só então, conseguirão se organizar financeiramente”, avalia.
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