Economia

Empresas lideradas por mulheres têm inadimplência menor do que as comandadas por homens

Análise apontou ainda que 16% das empresas com sócias apresentam restrições financeiras ativas, enquanto entre os negócios liderados por homens esse percentual é de 20%
Empresas lideradas por mulheres têm inadimplência menor do que as comandadas por homens
Foto: Reprodução Adobe Stock

Negócios liderados por mulheres registram índices de inadimplência 20% menores em comparação aos conduzidos por homens. É o que mostra um levantamento da Serasa Experian divulgado nesta terça-feira (11). O estudo integra a quinta edição do boletim Panorama PME, elaborado a partir de uma base com 23 milhões de empresas ativas no país.

De acordo com a análise, 16% das empresas com sócias apresentam restrições financeiras ativas, enquanto entre os negócios liderados por homens esse percentual é de 20%.

O levantamento também avaliou o Score PJ, indicador que varia de 0 a 1000 pontos e mede a probabilidade de uma empresa cumprir seus compromissos financeiros. Entre os negócios femininos, 42% estão nas faixas intermediárias (de 400 a 600 pontos), contra 38% das empresas masculinas.

Nas faixas de maior risco (até 300 pontos), a proporção é ligeiramente menor entre as empresas com sócias (32% ante 33%). Já nas pontuações mais altas (a partir de 700 pontos), o índice é de 19% e 21%, respectivamente.

O mesmo padrão aparece quando se observa o Score pessoal das sócias. Apenas 5% delas estão nas faixas de maior risco (até 300 pontos), enquanto entre os homens esse índice é de 6%. Já 52% das empreendedoras figuram nas faixas mais altas (acima de 700 pontos), frente a 50% dos sócios.

Para a diretora de Produtos e Tecnologia para PMEs da Serasa Experian, Mariana Figueiredo, o resultado reflete maior atenção das empreendedoras à saúde financeira dos negócios. “Uma boa nota no Score é reflexo de uma gestão financeira saudável. Cuidar e monitorar a pontuação da empresa é fundamental, pois um bom histórico de pagamento e gestão de crédito consciente ampliam o acesso a melhores condições de financiamento e negociação com fornecedores”, afirmou.

Longevidade e estabilidade

O indicador de longevidade, que mede a probabilidade de uma empresa encerrar as atividades nos 12 primeiros meses em uma escala de 1 a 10, também mostrou equilíbrio entre gêneros. A média foi de 4,6 entre empresas com sócias e 4,8 entre as lideradas por homens, indicando níveis semelhantes de estabilidade.

Nas faixas de menor risco de encerramento (8 a 10 pontos), 6% das empresas com sócias estão nesse grupo, contra 8% das comandadas por homens. Já nas faixas de maior risco (1 a 3 pontos), a proporção é igual entre os dois grupos, com 25%.

Perfil do empreendedorismo feminino

O levantamento aponta que as empresas lideradas por mulheres tendem a ser mais jovens e menores em porte e faturamento. Quase 90% dos negócios femininos têm receita anual de até R$ 300 mil, enquanto entre os masculinos essa fatia é de 85%. Em faixas acima de R$ 1 milhão, a participação feminina é metade da masculina (2,6% contra 4,3%).

Entre as empresas com sócias, 58% são microempresas (até 10 funcionários), ante 53% no grupo masculino. Já as pequenas empresas (11 a 50 funcionários) representam 19% do total feminino e 21% do masculino. Apenas 0,4% das companhias com sócias estão na categoria corporativa (acima de 500 funcionários), frente a 0,8% das comandadas por homens.

A distribuição setorial mostra que o comércio concentra 48% das empresas com presença feminina, seguido pela indústria, com 23%. No universo masculino, o comércio responde por 45% e a indústria por 20%, com maior predominância em serviços especializados e construção civil.

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