Encomendas de ceias de Natal devem ter alta de 35% em Belo Horizonte

A ceia de Natal por encomenda é uma opção para quem busca praticidade. Nesse período, que antecede a noite máxima do período natalino, padarias e restaurantes da capital mineira ficam cheios de encomendas para os jantares em família. Estabelecimentos de várias regiões da cidade consultados pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO apostam em vendas melhores neste ano em relação ao mesmo período de 2021. O aumento das vendas pode chegar a 35%.
Para atrair um público receoso com a inflação de determinados alimentos, a aposta é agradar a todos os consumidores com pratos diferentes e kits personalizados. Dentre as novidades, há panetones com confeitos, embalagens de apelo infantil e pães artesanais, com fermentação natural.
A La Confeitaria, localizada no São Bento, bairro da Zona Sul de Belo Horizonte, criou um panetone sabor banoffee, preparado com doce de leite e banana. “A garotada, assim como os pais, gosta muito da combinação e do sabor. A banoffe é uma sobremesa britânica que combina muito bem para uma confraternização como o Natal, onde a família se reúne em torno da mesa”, conta a proprietária Gabriela Louise, que já prevê a necessidade de contratar temporariamente mais dois confeiteiros. Ela estima que as vendas superem em 25% as realizadas no Natal passado.
No Restaurante Dom Chico, com unidades nos bairros Cidade Nova e Cachoeirinha, região Nordeste da Capital, a proposta consiste em apostar nas celebrações menores. O administrador Renê Leite de Carvalho conta que assim como foi realizado no ano passado, ao invés de criar combos com as opções para grupos de quatro, seis ou mais pessoas, os pratos podem ser selecionados para uma ceia personalizada.
“O cliente pode optar por mais de uma unidade de um mesmo prato, por exemplo, ou fazer combinações conforme preferir”, explica. Ele afirma, que o formato permite maior tomada de decisão do cliente, garantindo praticidade e interesse pelo formato. Segundo Leite, as encomendas, que devem chegar a 35% de alta na comparação com o ano passado, podem ser feitas até o dia 22 de dezembro.
Pedidos antecipados
Com operações no Gutierrez e no Mangabeiras, em BH, assim como no Vila da Serra, em Nova Lima, as unidades da Padaria Boníssima registram procura desde o início de novembro. “Estamos com uma campanha de Natal até o dia 20. E, esse período tem resultado em maior quantidade de encomendas e maior volume de produtos”, conta o coordenador de Marketing da rede, Everton Lourenço.
Segundo ele, a expectativa é que as vendas para a noite de Natal cresçam 30% quando comparado com as encomendas registradas no mesmo dia do ano passado. “Aqui temos cestas de Natal que os clientes costumam encomendar para dar de presente e a própria ceia para o jantar em família”, diz.

Para atender a demanda, a Villa Castelli, no bairro Castelo, na região da Pampulha, precisou aumentar o quadro de funcionários em 20%. “É uma época em que temos uma grande procura para a ceia de Natal. Também já começou a busca das encomendas para a ceia, e percebemos que os itens que mais saem são chester e peru assados, bem como nosso arroz temperado e a tradicional farofa natalina”, destaca o sócio-proprietário, Clayton Quadros Severino, projetando uma alta entre 20% e 30% para a noite de Natal deste ano, frente ao ano passado.
Para uma ‘noite feliz’
Assim como o setor de restaurantes, o setor de panificação é um nicho que sempre está pronto para trabalhar o momento natalino, como mostrado pela reportagem, e reafirmado pelo presidente da Associação Mineira da Indústria de Panificação (Amipão), Vinícius Dantas. “Nos mais diferentes estabelecimentos o Natal é muito importante para o setor. Sempre fazemos parte desse momento de confraternização, com as ceias e às vezes até com lanche rápido para as situações de receber alguma visita”, diz.
“Temos junto com a ceia, o kit de Natal que é um presente do qual a gente sempre percebe como oportunidade de agradar alguém”, afirma o empresário, que também administra uma das mais tradicionais redes de padarias da Capital, a Ping Pão.
“Na Ping Pão a nossa expectativa para o Natal é um pouco até ousada, eu diria. Digo isso, porque a gente investe bastante no final do ano com ornamentação da nossa loja. Ainda tem kits disponíveis e nossas ceias já estão prontas para serem ofertadas. Ou seja, existe um cardápio à disposição dos clientes, e trabalhamos com antecedência. No menu, temos pernil, lombo, carne ao molho, que podem ser acompanhados de um arroz de primeira e uma bela salada”, detalha Vinícius Dantas.
Vendas melhores no restante do Estado
Para os estabelecimentos espalhados pelo interior do Estado, o presidente da Amipão acredita que as lojas terão vendas maiores neste ano, principalmente por valor absoluto, uma vez que os preços subiram bastante por conta da inflação dos insumos.
“Não foi apenas nosso setor que sentiu essa inflação, mas todos. E, mesmo que tenhamos uma elevação do preço, onde o valor absoluto de venda final vai ser bem mais alto, também acredito que teremos uma venda melhor, já que estamos com as pessoas nas ruas comprando, mesmo que sejam pequenas lembranças, como é o caso do tradicional panetone”, finaliza.
Ouça a rádio de Minas