Economia

Endividamento dos consumidores volta a aumentar em BH

Em outubro, índice atinge 87,2% dos entrevistados; já a inadimplência recua
Endividamento dos consumidores volta a aumentar em BH
Elevação do número de empregos, porém, ajudou a segurar maior alta de índice de inadimplentes | Crédito: Charles Silva Duarte/Arquivo DC

O endividamento dos consumidores de Belo Horizonte voltou a subir em outubro, frente a setembro. De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, após dois meses de queda, houve um avanço de 1,5 ponto no mês, atingindo o patamar de 87,2% dos consumidores endividados. A alta no endividamento é resultado do maior consumo, que vem sendo estimulado pelo aumento do emprego e pagamento de auxílios, por parte do governo.

Apesar da população ter contraído mais dívidas, o índice de inadimplência recuou. A inadimplência encerrou outubro em 42,2%, índice 1,5% menor que o de setembro (43,7%). De acordo com os dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio-MG), apesar do aumento do endividamento em outubro frente a setembro, na comparação com igual período do ano anterior, o comprometimento da renda com as dívidas ficou 1,4 ponto menor. 

A economista da Fecomércio-MG, Gabriela Martins, explica que o aumento do endividamento, que está em índices bem elevados, não é de todo ruim e mostra que o consumidor está indo às compras e acessando crédito. “O aumento do endividamento das famílias de Belo Horizonte, entre setembro e outubro, cresceu, mas isso não é ruim. O grande problema é quando o consumidor não consegue pagar os compromissos assumidos e se torna inadimplente. Em outubro, a inadimplência caiu na Capital”, explicou

Ainda segundo Gabriela, o aumento dos níveis de emprego, aliado ao pagamento de auxílios e a redução da inflação, contribuem para que os consumidores saiam da inadimplência e voltem a ter acesso ao crédito, o que permite a realização de novas compras.  “Estamos registrando uma retomada do mercado de trabalho, queda da inflação e pagamento de auxílios. Isso faz com que as famílias tenham maior controle orçamentário e mantenham as divididas sobre controle. A queda da inadimplência é um bom sinal, porque o consumidor volta a ter acesso ao mercado e pode consumir”. 

Conforme a pesquisa, 87,2% dos consumidores de Belo Horizonte ouvidos possuem algum compromisso financeiro, sendo que 49% se consideram pouco endividados. 

Cartão de crédito

Entre os tipos de dívidas, o cartão de crédito segue sendo o principal compromisso financeiro assumido. Pela facilidade no uso, 85,3% dos endividados estão comprometidos com esta modalidade. O carnê (19%) e o cheque especial (15,4%) também estão entre as formas mais utilizadas. 

Entre as famílias da Capital, 42,2% possuem algum compromisso financeiro em atraso. Esse índice é maior em famílias com renda igual ou inferior a dez salários mínimos (43,9%).O levantamento apontou ainda que as dívidas comprometem, em média, 32% da renda familiar, e o número de consumidores que não terão condições de quitar suas dívidas somou 13,7%, apresentando uma retração de 1,0 ponto percentual em comparação com o mês imediatamente anterior. Grande parte dos endividamentos possui um tempo médio de comprometimento da renda de aproximadamente sete meses.  

Apesar dos níveis de inadimplência e endividamento altos, as estimativas em relação ao consumo para as festas de fim de ano são positivas. O pagamento do 13º salário e o apelo emocional do Natal são pontos importantes que estimulam as compras.  

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