Economia

Energia e gasolina pressionam inflação na RMBH

Energia e gasolina pressionam inflação na RMBH
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de agosto apresentou alta de 0,40%, ficando 0,16 ponto percentual abaixo da taxa de julho, que foi de 0,56%. Com mais esta evolução no IPCA-15, a prévia para a inflação na RMBH já acumula alta de 5,45% no ano e de expressivos 9,3% de aumento nos últimos 12 meses.

No período, a elevação de 0,40% ocorreu pelas altas verificadas na energia elétrica, 2,59%, roupas, 1,99%, e gasolina, 1,63%. A gasolina tem sido um dos principais motivos para a inflação elevada, resultado da política de preços da Petrobras que acompanha o mercado internacional. Nos últimos 12 meses, o preço do combustível fóssil na RMBH aumentou 39,06%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar da alta, a variação positiva de 0,40% registrada na RMBH foi a menor entre as regiões pesquisadas no País. No resultado de Belo Horizonte, as quedas verificadas nos preços das passagens aéreas (-20,05%) e da taxa de água e esgoto (-6,40%) contribuíram para evitar um aumento ainda maior da inflação.

“Tivemos mais uma alta da inflação na RMBH. Dentre os itens que apresentaram maior valorização e contribuíram para a elevação está a energia elétrica. Houve reajuste tarifário na bandeira vermelha patamar 2 no início de julho e impactou no índice IPCA-15 de agosto, com aumento de 2,59%. Outros destaques são as roupas, 1,99%, e o novo aumento da gasolina em 1,63%. O combustível tem forte impacto na composição da inflação”, disse o coordenador da pesquisa Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE Minas, Venâncio Otávio Araújo da Mata.

Ainda segundo Da Mata, aumentos significativos também foram verificados nos cursos regulares, 1,34%, nos preços da cenoura (35,98%), tomate (13,32%), frango em pedaço (5,24%), queijos (4,24%) e café moído (3,89%). “Entre os itens do grupo de alimentos e bebidas, várias altas podem estar relacionadas às geadas ocorridas em julho”, explicou.

Dentre os grupos que compõem o IPCA-15, em sete dos nove pesquisados em agosto foram verificadas altas. Na RMBH, a maior variação positiva foi em vestuário, 1,38%, com destaque para roupa feminina com valorização de 2,39%. Em seguida veio o grupo de educação, com elevação de 0,87%. Em habitação, a alta de 0,47% é resultado do reajuste dos preços da energia elétrica residencial (2,59%) e do gás de botijão, que aumentou 3,69%.

Em transporte, a alta ficou em 0,49%, resultado do aumento de 1,35% em combustíveis e veículo próprio, 0,73%. Neste grupo, o subitem gasolina foi um dos principais causadores do aumento, já que registrou valorização de 1,63%.

Também tiveram elevações os grupos de: saúde e cuidados pessoais (0,34%), artigos de residência (0,27%), alimentação e bebidas, 0,62%, e despesas pessoais (0,36%). Apenas dois grupos apresentaram deflação: saúde e cuidados pessoais (-0,34%) e comunicação (-0,17%).

Acumulado

Com o resultado do IPCA-15 de agosto, no acumulado do ano, a inflação na Capital já subiu 5,45%. O aumento foi influenciado, principalmente, pelo grupo de transporte, que registrou alta de 12,16%. O destaque é a variação dos preços dos combustíveis, que estão 30,33% mais altos.

Elevação também nos grupos de alimentação e bebidas (2,79%), habitação (6,75%), artigos de residência (8,71%), vestuário (5,75%), saúde e cuidados pessoais (3,88%), despesas pessoais (1,86%) e educação, com 3,83%. No acumulado do ano até agosto, somente o grupo de comunicação apresentou queda, de 0,44%.

Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 para a RMBH já acumula valorização de 13,14%. O valor é alto e supera significativamente o teto estipulado para a inflação brasileira no ano, previsto em 5,25%.

Dentre os grupos, as maiores altas foram observadas em transportes, 17,8%, puxado pelos combustíveis, com variação positiva de 40,79%. Alta também no grupo de alimentação e bebidas, com elevação de 13,47%, habitação de 8,57%, artigos de residência subiram 15,33%, vestuário, 7,69%, saúde e cuidados pessoais, 3,61%, e despesas pessoais, 2,64%.

A inflação na RMBH, nos últimos 12 meses, foi alavancada pela alta vista em itens com forte participação na composição do IPCA-15. Entre as maiores variações positivas estão a gasolina, com elevação expressiva de 39,06%, passagem aérea, 39,64%, automóvel novo, 13,12%, automóvel usado, 11,49%, aparelhos eletroeletrônicos, 14,72%, mobiliários, 20,2%, lanche fora de casa, 10,37%, frango inteiro, 17,87%, ovos, 17,70%, carnes (boi e suína), 27,98%, arroz, 34,94%, tomate, 50,65%, e café moído, 18,20%.

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