Economia

Energia elétrica e preços das carnes puxam inflação em Belo Horizonte; alta foi de 0,50%

Gratuidade aplicada nos dois dias de eleições no transporte público segurou um pouco o índice em Belo Horizonte e contribuiu para estabilidade
Energia elétrica e preços das carnes puxam inflação em Belo Horizonte; alta foi de 0,50%
Crédito: Adobe Stock

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em Belo Horizonte subiu 0,50% no mês de outubro. O indicador que mede a inflação foi impulsionado principalmente pela energia elétrica residencial e pelo aumento dos preços das carnes, como mostram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (8).

O índice é 0,01 ponto percentual menor que a alta apresentada no mês anterior, quando a inflação registrou 0,51%. Uma queda pouco significativa, indicando estabilidade. De acordo com dados do IBGE, a inflação registrada na capital de Minas Gerais ficou abaixo da média nacional, que foi de 0,56% pela quarta vez no ano

Dos nove grupos pesquisados, dois tiveram maior influência nos resultados de outubro em Belo Horizonte: Habitação (1,36%) e Alimentação e bebidas (1,28%). O primeiro grupo foi puxado pela alta da energia elétrica residencial, que aumentou 3,28%, e o segundo foi impactado pelos preços das carnes, um aumento de 7,11%.

No final de setembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) havia anunciado que iria manter a bandeira tarifária vermelha patamar 2 para a conta de luz em outubro. A medida acrescentou R$ 7,877 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, impactando as contas para o consumidor final.

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A elevação do nível tarifário foi justificada pelo risco hidrológico e pelo aumento do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que é o valor de referência da energia no mercado atacadista.

Outro ponto importante que contribuiu para um índice mais baixo e uma estabilidade da inflação na capital mineira, foi o transporte público.

Ônibus gratuito nas eleições gerou deflação

De acordo com o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, a gratuidade aplicada nos dois dias de eleições no transporte público contribuiu para a deflação no item no mês de setembro e agora, segurando um pouco o índice em Belo Horizonte. O grupo Transporte foi o único item que apresentou deflação (-0,65%) em outubro.

Além da gratuidade do transporte público, o economista pontua a redução das passagens aéreas.

“Além da habitação ter subido menos em Belo Horizonte do que a média nacional, temos que mencionar a redução das passagens aéreas. Isso impacta bastante. É um período que não é sazonalmente forte para viagens, ou que costuma ter preços reajustados”, diz. Isso também contribui para a queda no grupo.

Belo Horizonte continua a registrar maior inflação do País

Entretanto, o índice mais baixo que a média nacional no mês ainda não foi suficiente para que Belo Horizonte deixasse de registrar a maior inflação do País no ano de 2024.

Dos 10 meses analisados, a capital mineira ficou acima da média nacional durante seis meses, o que contribui para que de janeiro a outubro a taxa de inflação acumulada na capital mineira seja a maior de todas as cidades pesquisadas (5,34%).No acumulado de 12 meses o índice é ainda maior: 6,48%.

“Belo Horizonte continua inflacionada e com níveis de preço e inflação bastante elevados. Ainda temos uma longa trajetória para termos preços equiparados a níveis nacionais. Vai desinflar, vai ter menos aumento de preços do País, porém, não tanto quanto a gente gostaria por aqui, haja visto o aumento da taxa Selic que está aí de volta. Mas já é um cenário positivo, ainda que o caminho seja longo”, comenta Izak Silva. 

Para os próximos meses, ele acredita numa estabilidade da inflação na capital mineira. Isso porque daqui para frente dois itens puxarão o índice pra cima, que é o item alimentos e bebidas com a chegada das festas de final de ano, e o fim da gratuidade dos transportes coletivos. 

Em contrapartida, puxarão o índice para baixo a volta da bandeira amarela na energia elétrica e a manutenção dos preços das passagens aéreas, trazendo a estabilidade.

Além dos grupos de Habitação, e Alimentos e bebidas, outros conjuntos contribuíram para o IPCA em outubro. São eles:

  • Vestuário (0,92%);
  • Despesas pessoais (0,54%);
  • Saúde e cuidados pessoais (0,38%);
  • Artigo de residência (0,23%);
  • Comunicação (0,23%);
  • Educação (0,13%).

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