Energia não renovável impacta custo de produção, alerta Fiemg

Com um investimento cada vez maior em energia não renovável, o Brasil tem visto o custo da energia elétrica crescer cada vez mais no País, o que impacta diretamente o setor produtivo, segundo estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Esse aumento é mais expressivo pela produção das termelétricas a gás.
De acordo com o levantamento, considerando as últimas emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) levantadas do setor industrial, em 2022, e as informações de geração de energia elétrica deste mesmo ano, o ciclo de vida das emissões das termoelétricas não renováveis geraram o correspondente a 42% do total de toda emissão de gases de efeito estufa da indústria brasileira.
O custo médio para produção de energia renovável no Brasil em 2021, por exemplo, foi de R$ 179,5 por megawatt-hora (MWh), enquanto o custo de produção de energia não renovável era de R$ 441,8 por megawatt-hora (MWh), ou seja, mais que o dobro.
“Além dos danos ambientais, as fontes não renováveis de produção de energia elétrica provocam prejuízos econômicos ao País quando comparadas às renováveis. Se fossem substituídas, o custo total com energia poderia diminuir até 20,4%, algo em torno de R$ 30,4 bilhões por ano”, destaca o economista-chefe da Fiemg, João Gabriel Pio.
Reflexos econômicos
Essa substituição das fontes não renováveis por renováveis, com a consequente redução dos custos com energia, traria impactos sociais e econômicos para o Brasil, com aumento do faturamento, da geração de empregos, da massa salarial, das exportações e do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
“O número de empregos que seriam gerados é estimado em mais de 870 mil, o que se aproxima do total de postos de trabalho formal de uma cidade como Fortaleza”, diz. O economista observa que o crescimento estimado da massa salarial seria de R$ 29,3 bilhões, o que corresponde ao pagamento anual de quatro milhões de benefícios do Bolsa Família.” Sem contar que aumentaria o PIB do País em 0,95%”, frisa.
Além dos impactos econômicos, a mudança da matriz elétrica brasileira no sentido de uma retomada da produção de energia limpa a partir de hidrelétricas, solares, eólicas e termelétricas a biomassa, impactaria diretamente as famílias, uma vez que haveria redução de aproximadamente 20,4% da conta de luz. Essa diminuição geraria uma reação em cadeia que levaria a uma queda de 2,9% no preço do leite, de 6,4% no preço do material escolar e de 3,2% no preço da cesta básica.
Diante desse cenário, a Fiemg lançou, neste mês a campanha “Combatendo as Mudanças Climáticas: a matriz elétrica e as estratégias para um futuro mais sustentável”, que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância do investimento e do incentivo às fontes de energia elétrica renováveis, em detrimento das fontes de energia elétrica não renováveis que, ao longo dos últimos 30 anos, vêm crescendo e sujando a matriz elétrica brasileira.
De acordo com a entidade, além de contribuir para a redução do custo da energia, essa transição auxiliaria o Brasil a atingir as metas de descarbonização assumidas pelo País. Também reduziria o impacto das mudanças climáticas que vêm assolando várias cidades brasileiras.
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