Economia

Energia puxa alta da inflação na RMBH em fevereiro, que repete a alta nacional de 1,31%

No desempenho dos últimos 12 meses, a inflação acumulada na região metropolitana de BH  chegou a 5,77%, a maior variação entre as áreas pesquisadas pelo IBGE
Atualizado em 12 de março de 2025 • 19:54
Energia puxa alta da inflação na RMBH em fevereiro, que repete a alta nacional de 1,31%
Mercado livre de energia no Brasil alcançou a marca de 58.875 consumidores neste ano | Crédito: Alan Whiter / Fotos Públicas

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) subiu 1,31% no mês de fevereiro, em relação a janeiro. O indicador que mede a inflação foi impulsionado principalmente pelo aumento da energia elétrica residencial e dos reajustes escolares do início do ano letivo, como mostram os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (12).

O índice da RMBH foi igual à inflação média do País, que também registrou alta de 1,31%. Já no

Nos dois primeiros meses do ano, o levantamento do IBGE também aponta que o IPCA acumulado na RMBH foi superior à média nacional: 1,75% frente a 1,47% – fora das dez maiores variações positivas entre as 16 áreas pesquisadas.

A alta de 4,29% no grupo de habitação foi uma das principais causas do aumento da  inflação na RMBH  no mês passado. Os custos com energia elétrica residencial aumentaram em média 15,05% de janeiro para fevereiro, o que impactou o índice geral em 0,51 ponto percentual (p.p.) – o maior impacto individual positivo no IPCA.

No mês passado também houve aumento de 1,09% no aluguel residencial, que impactou o indicador em 0,04 p.p., enquanto a queda de 2,01% nos preços do gás de botijão causou impacto de -0,03 p.p. e não deixou a inflação em habitação subir ainda mais.

O grupo educação registrou inflação de 3,77%, impulsionado pelo acréscimo de 4,92% observado nos preços dos cursos regulares, com impacto de 0,18 p.p. no índice. Fevereiro é tradicionalmente marcado pelos reajustes do início do ano letivo. Veja as maiores variações:

  • Ensino fundamental (7,14%)
  • Ensino médio (6,74%)
  • Pré-escola (5,43%)
  • Ensino superior (3,85%)

Custo da alimentação desacelera no IPCA da RMBH

O grupo de alimentação e bebidas registrou alta de 1,10% no IPCA da RMBH, uma desaceleração frente a janeiro, quando alcançou 1,15%. Melancia (24,31%), mamão (23,13%), ovo de galinha (18,14%), tomate (15,86%) e café moído (12,08%) foram os produtos que registraram crescimento percentual acima de dois dígitos nos preços.

O IBGE também detectou altas nos preços da banana-prata (4,88%), do frango em pedaços (2,81%) e do lanche (0,95%). Por outro lado, o instituto detectou queda de 7,36% no preço da maçã.

IBGE: outros impactos no IPCA da Grande BH

Além dos grupos de habitação, educação e alimentação e bebidas, outros conjuntos ajudaram a elevar o IPCA em fevereiro. São eles:

  • Despesas pessoais (0,80%)
  • Transportes (0,71%)
  • Artigos de residência (0,49%)
  • Saúde e cuidados pessoais (0,44%)
  • Vestuário (0,13%)

O grupo comunicação foi o único a apresentar deflação na RMBH em fevereiro, de -0,05%.

Em transportes, a queda de 19,63% no preço da passagem aérea impactou o IPCA da RMBH em – 0,12 p.p. – o maior impacto individual negativo no índice. Também foi a maior redução percentual no preço médio observada no levantamento do IBGE. Por outro lado, a alta de 1,91% no preço da gasolina na Grande BH provocou um impacto de 10 p.p. no indicador da inflação.

Tendência é de uma inflação em patamar relativamente elevado

O economista e professor associado da Fundação Dom Cabral (FDC) Eduardo Menicucci explica que, em que pese a convergência da inflação da RMBH com a média nacional, o IPCA de cada região metropolitana pesquisada pelo IBGE, varia de acordo com os efeitos regionais da safra de alimentos, da época e dos produtos, entre outras particularidades. Ele que não há expectativa para reversão da pressão inflacionária nos próximos meses.

A questão, segundo ele, é que o os preços não devem sofrer um crescimento na mesma magnitude do ano passado, sobretudo o custo dos alimentos, que registraram forte alta a partir da metade do ano de 2024. O valor dos produtos alimentares deve subir, mas em uma escala bem menor do que o observado no último ano. “Acho que uma queda será muito difícil. E falar que vamos ter uma inflação de 7% ou 7,5% neste ano, também acho que não tem mais espaço”, declarou Menicucci.

Ele aponta que a tendência é a manutenção da inflação em patamar relativamente elevado. “É muito difícil que neste curto espaço de tempo ela regrida, mas também não vai dar uma pancada, a menos que tenha algum evento externo adverso, radical, que provoque alguma confusão”, completa.

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