Energia solar: Minas Gerais deve receber R$ 3,7 bilhões em investimentos em 2026
Com resultados otimistas ao longo do ano, Minas Gerais se consolida como um dos protagonistas do avanço da energia solar no Brasil. Para 2026, o setor projeta investimentos R$ 31 bilhões em infraestrutura, com 12% desse montante concentrado no Estado, o equivalente a cerca R$ 3,7 bilhões.
Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Ao todo, são esperados um incremento de 10,6 megawatts (MW) de capacidade adicionada no País, demonstrando que a fonte solar ainda tem muito campo para crescer.
A projeção está ancorada no balanço de 2025, que reflete um período de transição e amadurecimento para o setor. O coordenador estadual da Absolar, Bruno Catta Preta, afirma que embora o ano tenha começado sob forte expectativa, o segmento enfrentou gargalos significativos relacionados às conexões de rede e ao novo marco regulatório.
“Foi um ano de adaptação. Mesmo diante desses obstáculos, o setor demonstrou força ao adicionar 11 MW de potência instalada à matriz nacional”, destaca.
Para 2026, a expectativa é de estabilidade, avaliada como um movimento natural do mercado. Segundo o dirigente, o cenário agora favorece empresas e investidores com maior fôlego financeiro e capacidade técnica para buscar novos clientes e expandir a base de adeptos da tecnologia fotovoltaica.
O avanço em Minas Gerais deve se manter distribuído em diferentes cidades e regiões, com destaque para Uberlândia, Belo Horizonte, Montes Claros, Uberaba e Governador Valadares. “Minas Gerais segue como a locomotiva da energia solar no Brasil e a diversidade de cidades mostra que a ela está difundida em todo o Estado”, destaca Catta Preta.
Atualmente, o Estado é o segundo colocado no ranking da energia fotovoltaica com 12,7% do mercado nacional, atrás apenas de São Paulo (14,1%). No próximo ano, a fatia deve ser mantida, com forte predominância do mercado residencial, que hoje corresponde 73,1% da classe de consumo, seguido pelo setor rural (14,5%), além de comércio e serviços, com 10.9%.
“Ao todo, Minas Gerais tem 142.595 unidades consumidoras de energia. Deste total, apenas 18,4% participam da geração fotovoltaica, o que mostra um amplo espaço para crescimento”, acrescenta o dirigente.
Investimentos em baterias devem marcar ‘novo ciclo’ para o setor
Com queda média de 40% no preço nos últimos quatro anos, a ampliação do uso de baterias é uma das principais apostas do setor para o próximo exercício. O sistema promove maior independência energética para famílias e empresas, uma necessidade que deve se acentuar, especialmente em função da falta de energia por adversidades climáticas.
Diante desse cenário, Catta Preta avalia que a tecnologia de baterias deixou de ser considerada luxo e passou a ser necessidade, principalmente nas residências, por questões variadas como saúde e trabalho. “A chegada dos inversores híbridos e das baterias é o futuro. Ao longo do ano, vimos em São Paulo vários episódios de falta de energia por questões climáticas e quem investiu nesses sistemas sofreu menos com essas interrupções”, salienta.
Embora ainda não tenha expressividade no Brasil, o equipamento é avaliado como seguro e já está consolidado em outros países. A partir de agora, a tendência é de ampliação nesse uso, impulsionado pela popularização dos veículos elétricos, que possui tecnologia semelhante.
Com o sistema híbrido, o consumidor pode contar com bateria própria e, ao mesmo tempo, permanecer conectado à rede. “Para a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais), esse modelo é positivo, pois ajuda a reduzir parte das obrigações da concessionária”, conclui o dirigente.
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