Economia

Energisa planeja investimentos de R$ 112,4 milhões em Minas

Energisa planeja investimentos de R$ 112,4 milhões em Minas
Crédito: Alexandre Campbell

Dos R$ 5,59 bilhões que o Grupo Energisa pretende investir em 2022 no País, R$ 112,4 milhões serão aplicados na área de concessão da distribuidora em Minas Gerais. O valor é 40% superior ao estimado para 2021. Em âmbito nacional, o montante representa o maior aporte da história da empresa em um ano. Do total, R$ 3,8 bilhões serão destinados às concessionárias de energia e R$ 362 milhões aos empreendimentos de transmissão.

Apenas para a geração distribuída solar fotovoltaica, a companhia prevê R$ 1 bilhão em investimentos nos próximos meses, por meio da subsidiária Alsol Energias Renováveis. Ao todo, R$ 191 milhões já foram destinados a 15 novas usinas fotovoltaicas, com capacidade instalada de 60 MWp, em 2021, e 78 MWp até março de 2022.

Na última quinta-feira (17), o governador Romeu Zema (Novo) participou da inauguração simbólica de duas usinas solares em Cataguases, na Zona da Mata. Juntos, os empreendimentos batizados Astolfo Dutra e Aurora têm capacidade de geração de 6 MWh. As obras geraram 100 empregos na região e totalizaram R$ 25 milhões em investimentos.

De acordo com o diretor de Engenharia e Operações da Vice-Presidência de Soluções Energéticas da companhia, Fernando Lima Costalonga, ambas as usinas já estão em operação e a energia elétrica gerada será destinada aos clientes desta área de concessão. Vale dizer que Minas Gerais segue na liderança brasileira da geração de energia fotovoltaica, representando 18% de toda a potência instalada no País. Os empreendimentos instalados no Estado deixam de emitir 394 mil toneladas de gases de efeito estufa por ano.

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Sobre os investimentos como um todo, Costalonga disse que a alocação dos recursos prevista para este exercício será bastante diversificada, permitindo equilíbrio entre o core business, a distribuição, e os demais negócios. “Essa sinergia também nos permite ter uma visão conectada com a descarbonização através de ofertas inovadoras de soluções para indústrias, uma rede elétrica robusta e maior capacidade instalada de fontes renováveis”, ressalta.

O CFO da Energisa, Maurício Botelho, complementa que a estratégia da Energisa alia diversificação dos negócios e investimentos robustos. “Temos uma ambição clara de futuro. Queremos liderar a agenda de transição energética no País como uma plataforma completa de soluções em energia para oferecer os melhores produtos e serviços a pessoas e empresas. A gestão eficiente no controle de custos, expansão adequada da base de ativos e dinamismo das áreas de concessão norteiam nossa sólida posição financeira que permitiu aumentar os investimentos nos últimos anos”, afirma.

Para 2022, a maior parte da alocação dos recursos na distribuição será direcionada aos ativos elétricos; ao combate ao furto de energia; e às obras de melhoria da qualidade do fornecimento. Atualmente, a Energisa em Minas Gerais atende a mais de 470 mil clientes, divididos em 66 municípios e emprega mais de 1.000 colaboradores próprios e terceirizados.

Entre as obras que a Energisa planeja realizar neste ano na região que vão contribuir para a melhoria e a ampliação do fornecimento de energia em Minas Gerais, destacam-se: obras de segurança, ampliação da Subestação de Laranjal, melhoria nos alimentadores da região cafeeira de Manhuaçu, melhoria nos alimentadores dos conjuntos de Sumidouro, Cachoeira da Neblina e Cataguases, além da continuidade das obras da nova Subestação Leopoldina.

Já quanto às obras realizadas em 2021, vale destacar a expansão de redes para ligação de novos clientes; instalação de equipamentos que atuam para diminuir interrupções do fornecimento de energia, além de obras de segurança com substituição de condutores de energia elétrica por cabos protegidos nas áreas urbanas e outras. Destaca-se que a Energisa em Minas Gerais fechou 2021 com a menor quantidade de interrupção de energia dos últimos seis anos.

Resultados

O Grupo Energisa encerrou 2021 com lucro líquido de R$ 3,068 bilhões, resultado 90,9% superior aos R$ 1,461 bilhão do exercício anterior. Apenas no quarto trimestre do ano passado o resultado chegou a R$ 582,6 milhões, acréscimo de 203,4% (R$ 390,6 milhões) em comparação ao mesmo período de 2020. Já o lucro líquido ajustado para efeitos não recorrentes em ambos os períodos, foi de R$ 212,7 milhões no quarto trimestre (ou 31,7% inferior ao mesmo período de 2020) e no acumulado do ano R$ 1,878 bilhão (67,8% superior a 2020).

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado consolidado da companhia foi de R$ 1,85 bilhão, alta de 51,3% quando considerado o quarto trimestre de ambos os exercícios. E no acumulado de 2021 atingiu R$ 6,646 bilhões, aumento de 54,1% sobre o ano anterior.

As vendas de energia avançaram 1,5% no ano frente a 2020, atingindo 37.000,7 GWh. Se comparado a 2019, período pré-pandemia, esse aumento chega a 2,4%, com 10 das 11 concessões crescendo. Os custos operacionais controláveis (PMSO) cresceram 11,2% no ano que passou, ou seja, R$ 289,7 milhões, ligeiramente superior à inflação acumulada medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 10,1%.

Shell aposta na geração eólica no mar

São Paulo – A Shell anunciou na sexta-feira (18) que solicitou licença ambiental para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama) para realizar geração de energia eólica no mar em seis estados do Brasil. Os projetos estão localizados no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, e a capacidade instalada total será de 17 GW.

O envio do pedido para o Ibama é o primeiro passo para garantir os estudos das áreas, que começarão ainda em 2022. “A iniciativa demonstra o compromisso da Shell com o Brasil, bem como a materialização da estratégia ‘Impulsionando o Progresso’, centrada nas metas de descarbonização para a transição energética”, disse a companhia em nota.

No início de janeiro, o governo federal editou um decreto que abre espaço para o desenvolvimento da geração de energia eólica em alto mar no país, tecnologia bastante adotada na Europa e que entrou no radar de grandes investidores para projetos no Brasil.

Além de Shell, outras empresas como Neoenergia e Equinor têm interesse no desenvolvimento de empreendimentos offshore.

O governo afirma que o Brasil possui “excelentes características” para geração eólica offshore, como uma costa extensa, com águas rasas ao longo do litoral, e a incidência dos ventos alísios na região Nordeste, de intensidade e direção constantes. (Reuters)

ONS reduz as projeções para a carga em março

São Paulo – O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) reduziu sua previsão para a carga de energia neste mês para uma alta de 1,7%, número 0,3 ponto percentual abaixo do esperado na semana passada, segundo relatório divulgado na sexta-feira (18).

O órgão também passou a esperar níveis relativamente maiores de armazenamento no subsistema Sudeste e Centro-Oeste, que concentra os principais reservatórios de hidrelétricas do país. A expectativa agora é de uma capacidade de 63,9% para o fim de março, ante 62,7% estimados há uma semana.

O ONS realizou ainda ajustes marginais em suas projeções para chuvas nos reservatórios das hidrelétricas do País.

Neste mês, as chuvas devem chegar a 76% da média histórica no Sudeste/Centro-Oeste, versus 74% no relatório da semana anterior, e a 68% no Sul, ante 70%.

Já no Norte e Nordeste as chuvas nos reservatórios devem continuar acima da média, em 122% e 121%, respectivamente (contra projeções anteriores de 114% e 124%). (Reuters)

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