Energisa pode se beneficiar com reforma do setor elétrico

A reforma do setor elétrico pode ser benéfica para a Energisa. O vice-presidente de Regulação e Relações Institucionais do grupo mineiro, Fernando Maia, avalia a proposta como interessante, principalmente para o braço de distribuição de energia.
Em reunião com analistas para apresentação do balanço do primeiro trimestre, o executivo destacou que a reforma tem um foco especial nos consumidores com baixos rendimentos, com isenção e redução de tarifas, atingindo um grande contingente de pessoas. Segundo ele, cerca de 2 milhões, dos 8 milhões de clientes do grupo, estão na faixa de baixa renda. “Isso, certamente, vai reduzir a inadimplência e as perdas desse segmento”, previu.
Conforme Maia, a contrapartida da gratuidade e a diminuição das tarifas resultarão em uma alta da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que pode ser compensada por medidas como a redistribuição das usinas de Angra 1 e 2 e a alteração da CDE entre os níveis de tensão. “Ou seja, alguns segmentos podem sofrer aumento tarifário, mas são clientes com poder econômico um pouco maior, o que não deve trazer impactos reversos”, ressaltou.
As discussões sobre o novo modelo do setor elétrico voltaram a ganhar força nesta semana após o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, dizer que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aprovou o texto final da medida provisória (MP). A ideia, de acordo com ele, é que a proposta da reforma seja enviada ao Congresso Nacional na próxima semana, assim que Lula retornar da viagem a China e Rússia.
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Investimentos do grupo no trimestre
Nos primeiros três meses de 2025, a Energisa investiu, ao todo, R$ 1,3 bilhão, o que representa queda de 0,5% em relação ao mesmo período de 2024. A maior parte dos aportes, em torno de R$ 1,2 bilhão, foi destinada à área de distribuição de energia.
Em fevereiro, o grupo anunciou que investirá R$ 624 milhões no Estado neste ano. A cifra será voltada para 75 municípios da Zona da Mata, região onde está sediado, e Sul de Minas, sendo endereçada à distribuição (R$ 400 milhões) e geração de energia (R$ 224 milhões).
Os aportes anunciados serão aplicados na modernização, expansão e automação do sistema elétrico. Ainda haverá reformas e melhorias, aumento de cargas e novas ligações, além de projetos de desenvolvimento, sustentabilidade e eficiência energética.
Os recursos integram o plano de investimentos da Energisa para o Brasil, de R$ 6,2 bilhões. Neste caso, a distribuição de energia também receberá a maior parcela das inversões.
Entre janeiro e março, a Energisa Sul-Sudeste, distribuidora do grupo responsável por levar energia para o Sul de Minas, realizou aportes da ordem de R$ 104 milhões, o que sinaliza recuo de 23,4% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Já a Energisa Minas-Rio, que atende à Zona da Mata, investiu R$ 48,2 milhões, uma alta de 34,2%.
O grupo reportou, no primeiro trimestre, lucro líquido de R$ 1 bilhão, queda anual de 9,5%. O Ebitda foi de R$ 2,4 bilhões, com baixa um pouco menos significativa, de 5,2%.
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