Economia

Entrada na comercialização de gás busca eficiência e maximizar resultados, diz CSN

A CSN é atualmente o maior consumidor industrial de gás natural
Entrada na comercialização de gás busca eficiência e maximizar resultados, diz CSN
Créditos: Adobe Stock / Sede

Ao entrar no segmento da comercialização de gás natural como vendedor, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) busca melhores resultados financeiros e uma maior eficiência operacional do grupo. A sua subsidiária no setor energético, a CSN Energia, recebeu o aval da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para entrar no segmento do combustível fóssil nesta semana.

O gerente de Planejamento Energético do grupo siderúrgico, Vinicius Silva de Oliveira, considera que a entrada na comercialização do insumo energético era uma “etapa natural e planejada” desde que o grupo migrou para o mercado livre do combustível.

A CSN é atualmente o maior consumidor industrial de gás natural e conta com uma estrutura que tem contratação própria de transporte e uma Mesa de Operação de Gás Natural, criada há mais de um ano. A presença na comercialização, destaca Oliveira, dará mais flexibilidade para a companhia na gestão do seu portfólio de suprimento, especialmente na siderurgia.

Além disso, a CSN considera que a possibilidade de atuar na compra e na venda de gás natural maximiza resultados relacionados a um insumo essencial para sua produção siderúrgica.

“O consumo de gás da CSN equivale ao do sexto maior estado consumidor do país, e, portanto, essa iniciativa reforça nossa posição de vanguarda em um mercado ainda em formação e pode ser considerado um movimento natural visto a relevância do consumo do grupo em esfera nacional”, declarou Oliveira.

Com um perfil de consumo dinâmico, com variações significativas ao longo dos dias e até das horas, o acesso à venda de gás é visto pela CSN como uma ferramenta estratégica de mitigação de riscos e melhor gestão econômica.

Até o momento, a subsidiária de energia do grupo não tem a aprovação do conselho da CSN para participar em outros elos da cadeia produtiva de gás natural e ampliar sua atuação na comercialização, revela Oliveira. A autorização dada pela ANP também não contempla a distribuição a granel de gás natural comprimido (GNC) nem de liquefeito (GNL). O grupo também não tem novos investimentos no setor além dos já planejados.

Ainda assim, o executivo do grupo siderúrgico não fecha as portas da CSN Energia para novas possibilidades no mercado e afirma que a companhia está atenta às oportunidades que possam fortalecer a posição da CSN no segmento de gás natural e melhorar a competitividade da sua indústria siderúrgica.

“A atuação como comercializadora representa um passo importante em nossa jornada, ampliando nossa capacidade de gestão, geração de valor e abrindo novas oportunidades de atuação futura, à medida que o mercado evolui”, disse.

Mercado de gás natural em expansão

A entrada de um consumidor tão grande no segmento de comercialização do gás natural vem em um momento de novas perspectivas na oferta do insumo no País. Em maio deste ano, poucos meses após inauguração do gasoduto Rota 3, a Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí (RJ), atingiu 100% da operação, o que possibilita uma maior oferta do insumo em território nacional.

Além disso, a ANP tem buscado diminuir o percentual de reinjeção de gás natural nos reservatórios de petróleo para aumentar a oferta no mercado interno para a indústria. Hoje mais da metade da produção de gás natural do País retorna aos campos de petróleo, muito por conta da falta de estrutura para escoar a produção, como a existência de gasodutos.

A prática da reinjeção é utilizada pelas petrolíferas para manter a pressão nos poços de petróleo e estender a vida útil nos campos. Ao invés de queimar o gás que sai junto do petróleo extraído, o insumo é comprimido e reinjetado no poço, onde a compressão do gás ajuda a manter a pressão natural dos reservatórios e aumentar a eficiência da produção de petróleo.

É no meio deste contexto de expansão da oferta de gás natural que a CSN busca agora ampliar sua influência no setor e fomentar a comercialização. “Nosso plano é fomentar o mercado de curto prazo e atuar de forma protagonista nesse novo cenário, aproveitando o momento de expansão e consolidação do gás natural em ambiente livre no Brasil”, pontua Oliveira.

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