Economia

Erba Manheimm pode se instalar no Aeroporto Industrial

Erba Manheimm pode se instalar no Aeroporto Industrial
O Aeroporto Industrial já conta com duas empresas em operação: a Clamper e a Amerisolar | Crédito: Divulgação / BH Airport

Nesta semana, o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte recebeu a visita de representantes da Erba Manheimm, empresa indiana da área de Ciências da vida, interessada em se instalar no Aeroporto Industrial. Ela já opera em mais de 100 países, com fábricas e Centros de P&D na Ásia, Europa e Estados Unidos, fabricando IVD (de diagnóstico in vitro), tais como equipamentos de laboratório e reagentes de diagnóstico.

“Foi uma visita de prospecção da Erba. Ela já opera conosco na parte de importação e a ideia é instalar uma planta industrial”, esclarece o gestor do Hub Logístico Multimodal da BH Airport, Marcelo Farias. 

No encontro, a empresa ficou a par das vantagens de se instalar no Aeroporto Industrial, que incluem menores custos de operação logística, consultoria da equipe da BH Airport, ganho fiscal que melhora o fluxo de caixa e a sinergia de um condomínio logístico, onde tudo está próximo e várias estruturas podem ser compartilhadas.  

Empreendimento

Inaugurado em junho de 2020, ele é o primeiro aeroporto industrial do Brasil, no qual empresas podem trabalhar em uma zona de suspensão tributária, sob regime de entreposto aduaneiro especial. Conta com uma área disponível de 750 mil metros quadrados e o número de empresas que poderá abrigar depende da área que cada uma demandará. A expectativa é de atrair cerca de 250 negócios nos próximos anos, gerando cerca de 40 mil empregos.

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O espaço já abriga duas empresas, a Clamper, que chegou em outubro de 2020 para fabricar equipamentos como nobreaks e a Amerisolar, que se instalou um ano depois para montar painéis de energia solar. A Clamper está funcionando a todo vapor, com cerca de 300 funcionários, e abriu um novo turno à noite para aumentar a produção.  

Segundo Marcelo Farias, quatro empresas estão em fase de negociação com a BH Airport para se instalar no Aeroporto Industrial – duas de mobilidade elétrica, uma de eletrônicos e outra de ciências da vida.

“Estamos conversando também com montadoras de carros elétricos, que ofereçam soluções de carregadores e possam iniciar o processo pelo próprio aeroporto, instalando postes de estacionamento e usando aplicativos de controle de carga, entre outras tecnologias”, exemplifica Farias.

Aliás, solução é a palavra que está no ar no Aeroporto de Confins. O próprio hub multimodal é uma proposta no sentido de facilitar a vida de quem utiliza os serviços de carga do terminal. “Trata-se de potencializar as vantagens logísticas que o aeroporto oferece. Estamos em um estado que faz fronteiras com outros seis e, com uma hora de voo, podemos chegar a São Paulo, Rio, Nordeste e Centro-Oeste. Por que não ser um centralizador de soluções para o mercado?” – pergunta o gestor.

Hoje, o aeroporto em Confins é o único do País que recebe cargas marítimas, mesmo estando a centenas de quilômetros de qualquer porto. “Um caminhão traz a carga, ou mesmo o próprio contêiner, para cá. Conseguimos trabalhar com todos os modais, mesmo os mais distantes; o cliente ganha agilidade ao falar com um único interlocutor para várias operações e reduz seu custo logístico”, explica Farias.

Exemplo dessa agilidade é a Door Delivery, solução desenvolvida pela BH Airport que permite entregar a carga desembaraçada na planta do cliente. Com uma vantagem adicional: num raio de 150 quilômetros do aeroporto, o frete não é cobrado.

Movimentação

No ano passado, foram exportadas através do terminal de cargas 4 mil toneladas (a maior parte de frutas) e importadas 34 mil toneladas de equipamentos como partes e peças de automóveis, ferramentas, eletrônicos e peças de aviação. “Somos o único recinto em Minas Gerais que tem o certificado de boas práticas de armazenagem da Anvisa, para medicamentos e vacinas em especial. Temos ali um farmacêutico, que trabalha especificamente nos cuidados com a armazenagem”, conta Marcelo Farias.

A expansão dos serviços de movimentação de cargas é acompanhada por investimentos de R$ 30 milhões, que incluem a ampliação do terminal de cargas, do hub e do próprio aeroporto industrial, que vai ter suas áreas adequadas para o recebimento de novas empresas a partir de 2023. O projeto tem potencial para receber investimentos privados da ordem de R$ 3,5 bilhões.

Depois de perder 21% do mercado entre 2019 e 2020, o terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, além de recuperar a perda, ainda cresceu 33% entre 2020 e 2021. “A expectativa é que nossa movimentação de cargas cresça 24% em 2022”, conclui o gestor do Hub. 

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