Escalada nos preços de materiais eleva custo da construção em BH

O custo de materiais de construção continua em uma crescente em Belo Horizonte. Em abril, o aumento foi de 2,70%, maior alta para o mês desde o ano de 1995. Com isso, o Custo Unitário Básico de Construção (CUB/m²), no mesmo período, avançou 1,23%. Os dados são do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).
Na variação acumulada do ano, de janeiro a abril, a elevação do CUB/m² já chega a 9,11% e a do custo com materiais de construção atingiu 13,52%. A expansão na variação acumulada em 12 meses foi de, respectivamente, 17,15% e 33,90%.
O aço continua sendo, pelo quarto mês consecutivo, o produto que apresenta maior aumento dos preços. Somente em abril, o avanço foi de 7,48% e, no acumulado do ano, a alta atingiu 41,45%.
Outros itens que apresentaram elevações em abril e que têm sido responsáveis pela alta do preço geral dos materiais de construção foram janela de correr (6,35%), tubo de PVC (5,67%), placa de gesso (5%), areia (4,71%), registro de pressão (4,54%), cimento (4,38%), bloco de concreto (3,85%), fio de cobre (3,44%) e também chapa compensado (3,29%).
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“O aumento nos custos com materiais, na proporção que está acontecendo, não encontra antecedente na era pós-real (a partir de julho/94) e demonstra como essas altas não tinham como ser previstas. Portanto, elas seguem prejudicando o planejamento das empresas e o andamento das obras em todo o País”, diz material divulgado pelo Sinduscon-MG.
Possíveis consequências
Presidente do Sinduscon-MG, Geraldo Linhares salienta que a elevação dos preços dos materiais de construção tem sido responsável por uma série de reflexos no setor, que enfrenta, além disso, a escassez de produtos no mercado. “É uma fase complexa, em que não há nenhuma previsibilidade”, diz ele.
Nesse cenário, segundo Linhares, por mais que muitas construtoras estejam segurando o repasse de preços das obras em construção, o aumento de valores deverá ser sentido nos lançamentos posteriores. “Os preços estão subindo assustadoramente, e os lançamentos já deverão vir corrigidos com os novos custos”, afirma.
Além disso, destaca Linhares, a alta dos preços de materiais de construção deverá impedir os investimentos e comercialização de imóveis mais baratos, como os que se encaixam na faixa 1 do programa governamental Casa Verde e Amarela.
“As pessoas continuam querendo comprar o primeiro imóvel, mudar para um imóvel melhor ou mesmo investir em um imóvel adaptado ao home office. No entanto, a alta dos preços pode acabar excluindo uma parcela do público”, diz.
Soluções para o setor
Tendo em vista o crescente e contínuo aumento dos preços de materiais de construção, Linhares conta que está sendo feito todo um movimento, que inclui as ações da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), junto ao governo em busca de soluções para o segmento. “A proposta é importar materiais”, diz ele.
O presidente do Sinduscon-MG salienta que o setor pretende importar produtos como o aço, por exemplo, mas para isso está solicitando a isenção dos impostos relacionados à importação.
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