Escassez de profissionais qualificados atinge 27% das micro e pequenas empresas

Uma pesquisa recente realizada pela Datafolha aponta que 27% das micro e pequenas empresas (MPEs) do Brasil enfrentam dificuldades em encontrar profissionais capacitados . O índice referente ao mês de março é maior se comparado ao período de agosto e setembro do ano passado, que registrou 21%. Isso mostra que a falta de qualificação profissional e a escassez de candidatos disponíveis são as principais barreiras para a contratação.
Ainda segundo o estudo, que monitora o Índice de Contratação e Demissão, em uma escala entre 0 e 200, a sinalização de contratação está em 102 pontos. Isso significa que 19% das empresas estão mais contratando do que demitindo (17%). Já as empresas em fase de contratação abriram, em média, quatro novas vagas em março, enquanto aquelas que estão reduzindo quadros eliminaram, em média, três postos de trabalho cada.
Por sua vez, o Índice de Satisfação Geral registrou uma queda de 9 pontos em relação ao primeiro bimestre deste ano, passando de 127 para 118 pontos. Comparando com o mesmo período do ano passado, a variação é menos acentuada, de 122 para 118 pontos, com as MPEs apresentando um índice de 117 pontos versus 129 pontos das pequenas indústrias.
Veja outros dados apresentados pelo levantamento do Datafolha:
- em termos de expectativas futuras, 49% das empresas projetam uma melhoria nos negócios;
- a taxa de inadimplência permaneceu estável em 32%, assim como o Índice de Contratação e Demissão;
- a satisfação com o faturamento caiu de 43% para 33%, marcando o pior resultado desde o início das pesquisas;
- a margem de lucro também sofreu queda, de 38% para 32%.

Cenário de inflação e incertezas para as MPEs
Quanto à atual conjuntura econômica do setor, a percepção permaneceu estável, com uma leve variação negativa nas expectativas futuras, de 43% para 39%. A visão sobre a inflação continua pessimista, com uma ligeira redução (de 50% para 47%) dos que acreditam em aumento. Curiosamente, no estado de São Paulo, a expectativa de aumento da inflação é mais prevalente, com 52% dos respondentes.
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O Índice de Custos manteve-se estável, oscilando de 118 para 121 pontos. Nota-se que 38% das empresas reportaram impactos diretos nos custos de produção, especialmente em matéria-prima.
Apesar dos desafios econômicos, 90% das empresas afirmam que não consideram fechar as portas nos próximos três meses, embora na região Sul esse otimismo seja ligeiramente menor.
Por fim, ainda segundo o Datafolha, a inadimplência apresentou uma ligeira alta em nível nacional, de 29% para 32%, com variações de acordo com o porte e a região das empresas, destacando-se a região Nordeste com o pior nível de inadimplência no País, particularmente alto em empresas com faturamento superior aos 30%.
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