Economia

Indústria cobra melhor comunicação do País sobre ações de ESG

Presidente da Fiemg destacou importância de se divulgar práticas positivas do setor durante 2º Congresso de Meio Ambiente e Sustentabilidade
Indústria cobra melhor comunicação do País sobre ações de ESG
Crédito: Sebastião Jacinto Júnior/ Fiemg

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), realiza, nesta segunda-feira, em sua sede na região Centro-Sul, o 2º Congresso de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Na abertura do evento, o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, chamou a atenção para a necessidade de o Brasil e Minas Gerais trabalharem melhor a comunicação das ações e resultados sobre as práticas de ESG, principalmente no que diz respeito à responsabilidade ambiental.

A programação tem dois eixos principais: “O futuro do setor de gestão de resíduos” e “Plano Diretor e os instrumentos na gestão dos municípios mineiros”.

“Tem muita coisa sendo feita no Brasil. Temos que deixar de ser o patinho feio e passar a ser o exemplo a seguir, porque essa é a nossa realidade. Vejo muita gente confundir licenciamento com devastação. É justamente o contrário. Licenciar faz com que as empresas sigam a lei. O setor industrial já deu uma grande contribuição, não existe no Estado uma chaminé que solte alguma coisa diferente de vapor d’água. Já temos tratamento para todos os tipos de gases. Na poluição das águas, o grande problema é o esgoto urbano. De uma maneira geral, o setor produtivo tem dado um grande exemplo”, avaliou Roscoe.

Banco de dados é desafio para elaboração de planos de resíduos

A coordenadora-técnica da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Fernanda Romero, pontuou a dificuldade com informações para a elaboração de planos de resíduos sólidos no Brasil.

“Quando falamos em diagnóstico, é evidente que o País, de forma geral, ainda enfrenta um enorme desafio com dados. O Plano Nacional tem base nos dados oficiais. E o governo ainda tem bastante dificuldade, principalmente, quando falamos da capacidade técnica nos municípios. Isso se reflete quando tentamos traçar esse panorama”, explicou Fernanda Romero.

Na palestra “Resíduos sólidos e aproveitamento energético de resíduos”, o sócio da Felsberg Advogados e consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Fabrício Soler, destacou a urgência dos municípios cumprirem a determinação do fim dos lixões e as oportunidades que uma postura verdadeira de responsabilidade ambiental podem trazer para o setor produtivo.

“Tenho uma dificuldade tremenda de conviver com um cenário em que metade dos municípios brasileiros ainda têm lixões e que metade da população não tem esgoto tratado. Essa é uma responsabilidade dos gestores públicos, em especial, dos municipais. Então a gente precisa entender exatamente o que nós somos, para onde nós queremos ir. Precisamos saber o que é destinação final ambientalmente adequada e que ela inclui reutilização, compostagem, reciclagem, recuperação e aproveitamento energético. A política nacional prevê que o tratamento do resíduo sólido urbano tem que obedecer uma ordem de prioridade. Prevê, ainda, a possibilidade de usar a tecnologia voltada à recuperação energética. Assim, temos várias possibilidades que se complementam e devemos todos fazer a nossa parte”, afirmou Soler.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas