Estado amplia participação em exportações de rochas ornamentais

As exportações brasileiras de rochas ornamentais ao longo do primeiro trimestre deste ano cresceram 7,98% frente ao mesmo período em 2021, acumulando um total de US$ 281 milhões em faturamento. No período, Minas Gerais foi responsável por 11,8% das exportações nacionais e faturou US$ 33,4 milhões com as negociações.
No ano passado, o Estado respondeu por 9,9% dos embarques do setor no País. Nos primeiros meses do ano, a comercialização brasileira de chapas de granito foi destaque com alta de 62,2% e totalizando US$ 176,4 milhões.
De acordo com o gestor de projetos do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Rogério Ribeiro, a demanda pelas rochas brasileiras no mercado externo é crescente e entre os fatores que impulsionam a procura estão a grande diversidade e a qualidade do produto.
“O Brasil está passando por uma mudança de matriz de produtos e a grande vitrine da vez são os quartzitos, que são materiais de alto valor agregado para obras de alto padrão e o Brasil se destaca pela diversidade de quartzitos. Ainda que outros países também possuam alguma coisa, o Brasil tem uma grande reserva de quartzito e uma grande geodiversidade, ou seja, uma grande gama de diferentes materiais e, isso, pelo valor agregado impacta no valor das exportação”.
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Ainda segundo Ribeiro, Minas Gerais possui quartzitos em abundância, porém, nas exportações se destaca por outras rochas já que o polo industrial não é tão evoluído como de outros estados, como do Espírito Santo, que acaba processando a rocha mineira e exportando por lá.
“Minas Gerais é muito reconhecido por exportar ardósia e granito. Não se destaca muito pelo beneficiamento das rochas e sim como uma grande reserva mineral e uma geodiversidade impressionante. Minas Gerais é de uma riqueza quase inigualável. Só que muitos destes materiais são beneficiados em outros locais, como no Espírito Santo e no Ceará. Então, Minas é um grande gerador de bem mineral, mas ainda é reconhecido por exportar granito e ardosia”, explicou.
Responsável por 11,8% das exportações nacionais de rochas ornamentais e um faturamento de US$ 33,4 milhões no primeiro trimestre, o Estado possui um perfil exportador diferente do restante do Brasil se destacando no comércio de ardósias, enquanto os demais são mais focados na venda de granitos, quartzitos e mármores.
Dos US$ 33,40 milhões faturados de janeiro a março, cerca de US$ 13 milhões foram referentes à comercialização de ardósia. Desse montante, cerca de US$ 6 foram enviados para o Reino Unido e pouco mais de US$ 2 milhões para os Estados Unidos.
A segunda rocha mais exportada pelo Estado são os blocos de granito, que registram faturamento de cerca de US$ 11 milhões, no período. Quase 90% desse produto foi enviado para a China.
Os principais mercados de destino das rochas de Minas ao longo dos primeiros três meses do ano foram a China (43%), Reino Unido (18%) e Estados Unidos (11%).
A participação de Minas Gerais nas exportações de rochas ornamentais é crescente. O Estado encerrou 2021 com uma participação de 9,9%, com faturamento de US$ 132 milhões, e já atingiu 11,8% somente no primeiro trimestre.
Expectativa é de crescimento
Para o restante do ano, mesmo com os diversos desafios, as expectativas são positivas e o objetivo é superar o resultado de 2021, que foi recorde com as exportações movimentando US$ 1,34 bilhão e envio de 2,4 milhões de toneladas para 132 países .
“Estamos saindo do período de pandemia, o que é favorável, estamos retomando mercado que estávamos inseguros por não poder viajar. Ainda temos o impacto negativo porque a China está muito fechada ainda e Minas tem um volume bom de exportação para o país asiático. Mas a expectativa é ótima, não tenho como falar em números porque estamos em um ano de eleição, de Copa do Mundo, com guerra, são muitas as variáveis. Mesmo assim, a expectativa é que se o ano ficar morno, a gente poderia repetir o resultado do ano passado, mas pretendemos crescer”.
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