Economia

Estado apresenta oscilação em vagas

Em setembro, houve saldo positivo de 23.723 vagas em MG
Estado apresenta oscilação em vagas
Foto: Valdecir Galor/SMCS

O Ministério do Trabalho e Previdência divulgou ontem os dados atualizados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Embora tenha apresentado saldo positivo de 23.723 vagas formais no mês de setembro, o cenário da geração de postos de trabalho em Minas Gerais durante o ano está em oscilação.

Para se ter uma ideia, desde janeiro foram quatro variações mensais de saldo positivas e quatro negativas. O maior desempenho no período foi em fevereiro com a criação de 37.887 postos de trabalho. Ainda conforme o Caged, houve uma queda de 15% na variação entre os saldos do nono mês de 2022 e o oitavo mês do ano – em que foram criadas 27.881 vagas formais. 

A economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Gabriela Martins, explica que as oscilações no período podem ser explicadas pela acomodação do mercado e pela sazonalidade. Ela ressalta que, apesar da retração entre setembro e agosto, o desempenho do mês, puxado pelo setor de serviços, foi positivo e houve mais admissões do que demissões.

“Inicialmente, a gente tem que deixar bem claro que apesar dessa retração entre os meses, o saldo do Caged continua positivo, ou seja, a gente continua contratando mais pessoas do que demitindo, e esse cenário é puxado principalmente pelo setor de serviços”, disse. Segundo ela, com a retomada da demanda da população por serviços, há um consequente e esperado crescimento na contratação do setor, que tem apresentado resultados positivos no ano. 

Ela afirma que nos primeiros meses do ano houve muitas contratações e isso elevou os saldos mensais, mas “o mercado está começando a se acomodar”. “Então, devido a essa acomodação do mercado que já está conseguindo suprir a sua necessidade de mão de obra, os resultados mensais acabam tendo esse comportamento diferenciado, no caso entre agosto e setembro uma queda de 15%. Mas, mesmo assim,  a gente continua tendo um saldo positivo. Então, é um resultado mesmo de acomodação do mercado”, ressaltou.

Conforme Gabriela Martins, entre admitidos e desligados, “você vê que realmente existem oscilações, mas são oscilações de um comportamento sazonal”. Ela reitera que cada setor econômico tem uma característica de sazonalidade específica para geração de novos postos de trabalho. “Por exemplo, o setor de comércio tem um comportamento sazonal no final do ano. Existem mais contratações até mesmo para suprir a demanda específica desse período. Então, muitos empresários do comércio contratam para o fim do ano e acabam desligando os funcionários no início do ano entre janeiro e fevereiro e isso faz com que a curva tenha um comportamento sazonal de mercado. O setor da construção, por sua vez, contrata mais no início do ano e demite mais no fim do ano. Então, ali também tem um um fator sazonal”, disse.

Portanto, cada setor econômico tem sua característica, sua sazonalidade anual e isso, segundo a economista, demonstra bem as oscilações. “Mas quando a gente observa, a maioria das retrações, tirando a do ano de 2020, que foi uma coisa totalmente fora do comum, a maioria das oscilações de desligados e admitidos acontece entre o final e o início do ano. Então realmente é um comportamento sazonal da série”, complementou.

Resultados do mês

De acordo com o Caged, Minas Gerais admitiu em setembro 211.439 profissionais e demitiu 187.716, o que resultou em um saldo positivo de 23.723 postos de trabalho. Na comparação com o mesmo período de 2021, quando foram gerados 29.643 vagas formais, houve queda de 20%. 

No acumulado do ano, com a contratação de 1.916.896 funcionários e 1.704.910 desligamentos, a criação de postos de trabalho no Estado chegou a 211.986. Em relação a igual intervalo do exercício anterior, o recuo foi de 27%. 

Quatro das cinco grandes atividades econômicas registraram desempenhos positivos no mês. O líder foi o setor de serviços, com saldo de 16.479 postos de trabalho. Em seguida aparecem comércio (5.624);  indústria (3.731) e construção civil (2.471). Do lado oposto, o setor agropecuário apresentou saldo negativo de 4.582 novos empregos. 

Para a economista da Fecomércio-MG, o saldo negativo no setor agropecuário também tem relação com um fator sazonal – a entressafra. Para os próximos meses existe uma expectativa de elevação nas admissões no Estado. Isso porque o período é marcado por datas importantes para o comércio e serviços, como a Black Friday e o Natal, o que possibilita novas contratações.  O fator Copa do Mundo – a ser disputada entre novembro e dezembro – também faz com que os empresários esperem boas vendas. “Então há esperança e expectativa de que esse final do ano essa curva de admitidos se eleve ainda mais”, destacou.

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