Economia

Estado mantém a liderança na arrecadação da Cfem

Estado mantém a liderança na arrecadação da Cfem
Apenas em setembro, a Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) em Minas Gerais somou R$ 238 milhões | Crédito: Divulgação

Minas Gerais está conseguindo manter a liderança na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) nos últimos meses, apesar dos valores continuarem inferiores aos do ano passado. De janeiro a setembro, os royalties da mineração somaram R$ 2,302 bilhões no Estado frente aos R$ 2,523 bilhões de 2021. Isso significa recuo de 8,75% entre os períodos.

O Pará, que recentemente assumiu a liderança do ranking nacional, recolheu, até o nono mês deste exercício, R$ 2,246 bilhões. O montante também está menor que o do ano anterior, de R$ 3,7 bilhões. Com isso, Minas Gerais respondeu por 43,57% do total nacional e o Pará por 42,51% do total nacional, que chegou a R$ 5,283 bilhões no mês passado.

Os dados são da Agência Nacional de Mineração (ANM) e refletem os menores volumes exportados e, principalmente, os menores preços do minério de ferro no mercado internacional. Para se ter uma ideia, a balança comercial de Minas Gerais indica queda de quase 36% no faturamento dos embarques do insumo siderúrgico no acumulado dos nove primeiros meses deste ano.

Dentro do mesmo contexto, apenas em setembro, a Cfem em Minas Gerais somou R$ 238 milhões. Assim, o valor ficou igualmente abaixo ao do mesmo mês de 2021, quando os royalties chegaram a R$ 504 milhões. Neste caso, o Estado respondeu por 41% dos R$ 578 milhões somados em todo o País e voltou a ocupar a segunda posição. O Pará apurou R$ 261 milhões ou 45% do total.

TOP 5 da Cfem em Minas Gerais

Entra mês e sai mês, os municípios mineradores que mais arrecadam royalties da mineração no Estado permanecem praticamente os mesmos.

O destaque de setembro foi Conceição do Mato Dentro, no Médio Espinhaço. Em seguida, apareceram Itabirito (RMBH), Itabira (Central), Mariana (Central) e Nova Lima (RMBH).

E no acumulado dos nove meses de 2022, novamente, Conceição do Mato Dentro lidera o top 5, com R$ 299 milhões em Cfem ou quase 13% do total do Estado. Mas o valor está abaixo dos R$ 509 milhões apurados no ano passado.

Itabirito também se destacou. Arrecadou R$ 245 milhões ou cerca 10,6% de Minas Gerais. Na mesma época de 2021 o recolhimento havia sido de R$ 406 milhões.

Mariana observou queda sobre o ano anterior. A cidade somou R$ 240 milhões (10,4% do Estado) contra R$ 312 milhões do exercício passado.

Em quarto lugar apareceu São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central. O município recolheu R$ 228 milhões (9,9%) e o valor um ano antes havia sido de R$ 267 milhões.

Por último, veio Itabira com R$ 220 milhões, ou 9,5% do total do Estado. Na mesma época de 2021 o recolhimento da Cfem na cidade chegou a R$ 300 milhões.

Grupo Cosan compra participação de 4,9% na Vale

Rio – A Cosan, empresa controlada pelo empresário Rubens Ometto, anunciou na sexta-feira (7) a compra de 4,9% do capital da Vale, segunda maior empresa brasileira. Em nota, a companhia informou ainda que pretende ampliar sua participação na mineradora.

“Esse movimento é mais um passo na jornada de diversificação de portfólio da companhia, investindo em ativos irreplicáveis nos setores em que o Brasil tem clara vantagem competitiva”, afirmou a Cosan, em comunicado ao mercado.

A empresa não detalhou o valor da operação, dizendo apenas que será financiada por linhas de crédito que incluem a emissão privada de notas comerciais e um financiamento atrelado a instrumentos derivativos.

A Vale é hoje uma corporação sem controlador. Seus maiores acionistas são o fundo de pensão Previ, com 8,61%, a Capital World Investors (6,69%), a BlackRock (6,33%) e a Mitsui (5,99%). Com a aquisição anunciada nesta sexta, a Cosan torna-se o quinto maior acionista da empresa.

Após duas tragédias com rompimentos de barragens em Minas Gerais, a Vale se recuperou com a alta do preço do minério de ferro e registrou em 2021 o maior lucro da história das companhias brasileiras, de R$ 121 bilhões.

O grupo de Rubens Ometto nasceu no agronegócio, com a produção de cana-de-açúcar, e hoje tem operações em petróleo e gás, transportes, energias renováveis e créditos de carbono. É dono ou sócio das marcas Raízen, Rumo e Compass, entre outras.

A Compass, que controla a distribuidora de gás canalizado Comgás, teve grande crescimento no último ano com a compra da distribuidora gaúcha Sulgás e da Gaspetro, subsidiária da Petrobras com participação em 19 outras distribuidoras pelo País.

Essa operação gerou grande questionamento no mercado pelo poder de negociação que dará à compradora: caso fique com todas as participações, ela controlaria dois terços das compras de gás natural do país. Algumas delas, porém, serão vendidas.

No comunicado distribuído na sexta, a Cosan afirmou que vai ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) buscar aprovação para ampliar sua fatia na Vale para além dos 4,9% já adquiridos.

O controlador da companhia, Rubens Ometto, destacou-se nos últimos anos como o maior doador de campanhas eleitorais no Brasil. Foi assim em 2018, quando colocou R$ 7,5 milhões, e é assim em 2022, já com R$ 5,7 milhões investidos em candidatos. (Nicola Pamplona/Folhapress)

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas